Talvez não seja preciso voltar tanto assim no tempo, mas se alguém te dissesse há 25 anos que grande parte da sua vida estaria numa telinha, que você não precisaria ir ao banco para fazer uma transação, nem sair de casa ou usar o telefone para degustar o prato do seu restaurante preferido, ou ir até a loja para comprar um produto em promoção de qualquer parte do mundo, e mais, que se comunicaria com alguém de qualquer lugar em tempo real, por vídeo, você acreditaria?
Muitas dessas coisas já podiam ser vistas em filmes de ficção, mas alguns acreditaram que eram possíveis e impactaram a forma da sociedade viver. Enquanto escrevo este texto, certamente algo que vai continuar essa evolução já está sendo criado, seja em alguma gigante da tecnologia, seja numa startup.
É fato que hoje a tecnologia avança de forma muito rápida, numa velocidade que muitas vezes é até difícil acompanhar, e foi ainda potencializada pela pandemia de Covid-19, que exigiu do mundo continuar a fazer as atividades do dia a dia de forma remota, sem sair de casa. Mas toda a transformação que ocorreu nas últimas duas décadas foi disruptiva e mudou a forma da sociedade trabalhar, estudar, comunicar-se, investir, consumir produtos e serviços, divertir-se e também se informar.
Nesse contexto da informação em tempo real, o rádio, que surgiu como principal meio de comunicação no início do século passado, não parou no tempo e evoluiu com a tecnologia. A CBN Vitória, que completou 25 anos de existência em 2021, hoje vai muito além do dial. Está na internet, em aplicativo e também pode não só ser ouvida como também é vista diariamente por milhares de capixabas.
Para marcar a celebração de seus 25 anos, a CBN traz essa publicação digital interativa que faz um passeio pela evolução da tecnologia desde o seu nascimento, em 1996.
Na linha do tempo, você pode conferir os principais marcos em diferentes áreas, além dos impactos no mercado financeiro e o que esperar para o futuro, já que a evolução não para.
Neste guia, os comentaristas de tecnologia da CBN, Gilberto Sudré e Thássius Veloso, que toda semana compartilham seus conhecimentos e nos atualizam na rádio, escolheram 25 temas em que trazem dicas práticas voltadas para o nosso cotidiano. Ao clicar no ícone de áudio, você poderá ouvir colunas dos comentaristas que trazem mais informações sobre os temas abordados.
São orientações para aumentar a segurança nas redes, indicações de aplicativos para facilitar o dia a dia, como utilizar a internet da melhor forma para trabalhar ou se divertir, tendências de apps e redes sociais, curiosidades sobre novas tecnologias, como o 5G, o metaverso e o tão falado algoritmo das redes sociais, entre outros.
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Editora do Estúdio Gazeta
EDITORIAL
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CRIAÇÃO DO ESTÚDIO GAZETA
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EDIÇÃO
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TEXTOS
Karine Nobre, Gilberto Sudré
e Thássius Veloso
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PUBLICAÇÃO DIGITAL
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REPORTAGEM ESPECIAL
Como a tecnologia
evoluiu em 25 anos
CBN se reinventa com a internet: muito além do dial
Linha do tempo: do Tamagochi
ao turismo espacial
Mercado financeiro:
das ligações ao home broker
Quanto custa uma moeda virtual?
Mundo digital democratiza
acesso a bancos
Startup… fintech: desvende os termos do mercado digital
SEGURANÇA
Os principais golpes virtuais
e como se proteger
Cuidados para não ter
WhatsApp invadido
Garanta o máximo de
segurança no celular
Celular roubado ou perdido:
o que fazer?
Como saber se
seus dados vazaram
Dicas para mais segurança no PC
FINANÇAS
Pix e pagamento por aproximação
WhatsApp Pagamentos:
uso de forma segura
INTERNET
Melhore suas pesquisas
no Google
Mais segurança
ao usar redes Wi-Fi
CELULAR
Tire mais proveito das
câmeras do smartphone
Dá para fazer o celular
mais tempo?
ACESSÓRIOS
Smartwatch: muito
mais que um relógio
Câmera e babás eletrônica:
você pode estar sendo vigiado
APLICATIVOS
Duas contas de WhatsApp no
mesmo celular? É possível
Transforme o smartphone
em um escaner
REDES SOCIAIS
Afinal, o que é o tão
falado algoritmo?
Como editar vídeos,
a nova febre das redes
Trabalho e diversão
5 dicas para um home office
mais produtivo
SUMÁRIO
25 anos de tecnologia
ensinaram o mundo a
estar mais conectado
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Inovações tecnológicas nas últimas décadas trouxeram avanços para todos os campos do conhecimento, mas a maior conquista foi ter permitido às pessoas estarem mais próximas, mesmo durante a pandemia
Os últimos 25 anos na tecnologia representaram um grande salto da civilização rumo a mais avanços em todos os campos do conhecimento e entretenimento, mas também uma maior conexão entre as pessoas. Prova disso é que, diante da necessidade de isolamento social para conter o avanço da Covid-19, pessoas puderam estar juntas mesmo a distância e os negócios se adaptaram e persistiram, já que muitas empresas adotaram o home office.
A conectividade, potencializada por conta da crise sanitária, teve papel fundamental para que tudo isso pudesse ser viabilizado. Para o jornalista e comentarista de tecnologia da CBN Thássius Veloso, a tecnologia foi fundamental em todos os momentos da pandemia. “Trancafiados em casa, nós tivemos que nos virar para continuar trabalhando e em contato com as pessoas que amamos”, afirma.
Entre os avanços mais significativos durante este último ano, Veloso destaca as formas de trabalho, como a viabilidade do home office, onde já está sendo debatida a possibilidade de ser algo permanente ou uma mistura entre presencial e remoto, a depender da estratégia da empresa. “A meu ver, o mais importante é dar ao trabalhador a opção de executar suas tarefas onde for mais confortável e produtivo. As ferramentas de colaboração vieram para ficar”, avalia.
Outro aspecto trazido pelo salto da conectividade durante a pandemia foi o comércio eletrônico. Segundo estimativas do setor, o país evoluiu cinco anos em apenas um nesse segmento. Pessoas que nunca haviam feito compras on-line agora estão familiarizadas com aplicativos para pedir comida ou bebida, mas também produtos básicos, como hortaliças ou itens de supermercado.
“Este é um caminho sem volta. O brasileiro encarou o digital e gostou da conveniência de encomendar algo com apenas alguns cliques. Tudo isso só foi possível porque o setor tecnológico vinha se preparando. O salto no nível de contratações foi assustador nos últimos anos. Há quem diga que falta mão de obra. A transformação digital se impôs”, observa Veloso.
FIM DA INOCÊNCIA
Por outro lado, segundo analisa o consultor de tecnologia e comentarista da CBN Vitória, a preocupação com a segurança também disparou, principalmente no último ano, em que os golpes pela internet se tornaram mais frequentes. “Até 2019, a maioria das empresas encaravam a segurança da informação como custo. Hoje já não é mais assim. O ano de 2020 representou o ‘fim da inocência’ da segurança da informação”, avalia.
Para Sudré, ainda não existe a cultura de se prevenir golpes. “Muitas pessoas não conhecem e não sabem ainda como usar a internet de forma segura. E os golpes novos estão mais ousados”, observa.
Uma das novas “modalidades”, por exemplo, é invadir o banco de dados de empresas para pedir resgate, após criptografar essas informações. Se o criminoso invasor não é atendido, ele passa para outra fase, que é a de divulgar essas informações, como aconteceu recentemente com a Electronic Arts, que teve boa parte de seu banco de dados, inclusive de desenvolvimento de jogos, divulgada em fóruns de pirataria após a empresa recusar a pagar um resgate.
Em outro movimento de ameaça, após o roubo de dados, esses criminosos vão em busca de ações ilícitas da empresa para divulgar e por fim, se não receberem o resgate, ameaçam divulgar informações dos clientes da empresa invadida. “A criatividade dos golpistas é grande e a inocência do usuário é alta”, atenta Sudré.
E O QUE PODE MELHORAR?
Para Thássius Veloso, o desafio maior se concentra nas aplicações dos smartphones, que já se tornaram praticamente uma extensão do corpo humano. “Os superapps devem ganhar tração por permitirem realizar diversas coisas num mesmo ambiente, como o WhatsApp, por exemplo, que agora possibilita fazer transações bancárias. Os chineses já percorreram este caminho, mas me parece que estamos apenas no começo dessa história no Brasil”, pontua.
No entanto, ele é enfático ao observar como a forma de interagir com as aplicações digitais ainda é muito complicada, principalmente com as pessoas idosas, o que ainda continua sendo um pano fértil para novos golpes. “Faltam melhorias na interface desses programas. Levo a bandeira de que a tecnologia precisa ser inclusiva. Isso significa que a maioria dos recursos deve ser facilmente compreendida pela maioria dos usuários”, observa.
Uma das boas perspectivas avaliadas por Veloso está nas iniciativas de assistentes de voz, como a Alexa da Amazon, a Siri da Apple, a Cortana da Microsoft e o Google Assistente do Google. “Você dá o comando da maneira como falaria com um ser humano e o sistema compreende o que você deseja, pulando botões e cliques. Ainda há muito para avançar nesta seara, que é bastante promissora”, ressalta.
E O FUTURO?
Fazer previsões para o futuro, enquanto a tecnologia caminha a passos largos, é um exercício ainda de adivinhação. Mas Gilberto Sudré arrisca algumas, como a inteligência artificial, que embora não seja algo novo, provavelmente será a partir dos novos supercomputadores que ela se tornará um item do cotidiano das pessoas.
“Será uma forma da máquina aprender situações e comportamentos para colaborar de forma mais assertiva com o usuário, melhorando sistemas e sua usabilidade. Por outro lado, ela pode tornar mais eficientes ataques cibernéticos”, pondera.
Outro aspecto que deve ganhar mais espaço, de acordo com o especialista, será a hiperconectividade, já que tudo estará conectado, como roupas, objetos, eletrodomésticos, além da realidade virtual, que possibilitará inúmeras aplicações, como em treinamentos e na educação. Da mesma forma, a expectativa é que a realidade aumentada será uma grande aliada para a medicina, por exemplo, e os carros autônomos, que em breve serão uma realidade nas ruas.
No mundo dos negócios, duas apostas são importantes. O Blockchain, que é um tipo de informação que permite saber a sua veracidade, será uma delas. “Isso será importante para armazenar dados como identidade, CPF, registros de imóveis, estes últimos sem a necessidade de cartórios. E há as criptomoedas, que trarão impacto financeiro. O Brasil mesmo deve lançar a sua no ano que vem”, avalia.
Thássius Veloso também acrescenta que, muitas vezes, a inovação vem de onde menos se espera. “A adoção de uma determinada ferramenta chega a ser surpreendente quando chega às mãos de pessoas inventivas. Sonho com um mundo com internet e dispositivos eletrônicos acessíveis a todos. Avanços foram feitos, mas a desigualdade ainda é brutal. Quem sabe não teremos 5G por todos os cantos, com programas governamentais para subsidiar o acesso?”, questiona.
Na mesma pegada dos carros autônomos, Veloso acha que a sua presença nas ruas contribuiria para reduzir o trânsito - e o estresse dos motoristas - e também a queima de combustíveis fósseis. “O planeta agradece. Drones entregando encomendas também seriam um charme nessa visão de ano 2031. E que tal hologramas para se comunicar com os amigos? Já existe em Star Wars…”, finaliza. hdr_weak
Os superapps devem ganhar tração por permitirem realizar diversas coisas num mesmo ambiente, como o WhatsApp, por exemplo, que agora possibilita fazer transações bancárias. Os chineses já percorreram este caminho, mas me parece que estamos apenas no começo dessa história no Brasil”
Thássius Veloso
Jornalista e comentarista de tecnologia da CBN
Até 2019, a maioria das empresas encaravam a segurança da informação como custo. Hoje já não é mais assim. O ano de 2020 representou o ‘fim da inocência’ da segurança da informação”
Gilberto Sudré
Consultor de tecnologia e comentarista da CBN Vitória
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Rádio coleciona inovações e pioneirismos em sua história pelo ES, mostrando que o futuro ainda aguarda boas surpresas
Uma coisa que a CBN Vitória soube aproveitar muito bem nestes 25 anos de história foi a tecnologia. De primeira rádio da rede a transmitir, ao vivo, o seu conteúdo pela TV, até a sua chegada no mundo dos aplicativos e podcasts, o veículo capixaba acumula uma história de inovação e pioneirismos, segundo avalia a apresentadora, âncora e editora executiva da CBN Vitória, Fernanda Queiroz.
A jornalista acompanhou de perto toda a história da rádio desde a época em que começaram as transmissões na frequência AM, em 30 de abril de 1996. “Quando a CBN Vitória começou, na frequência AM, tínhamos o desafio de explicar ao mercado publicitário sobre o público da rádio e também chegar ao ouvinte, que não tinha a cultura de ouvir notícias no AM. Essa frequência sempre teve um perfil mais popular, diferente do público AB que queríamos alcançar com a CBN”, lembra.
Este foi um dos primeiros desafios enfrentados pela rádio e uma das soluções encontradas foi aliar-se à tecnologia. Na época, a TV Gazeta possuía um canal de TV a cabo, que passou a transmitir a programação ao vivo da CBN Vitória, após a instalação de câmeras dentro do estúdio. A rádio capixaba foi a pioneira nisso.
“Fomos a primeira CBN da rede a transmitir rádio para a televisão, abrindo as caras para esse ambiente. Essa decisão deu tão certo que toda a rede CBN adotou a ideia, transformando-se em um case, que mais tarde foi assunto de um livro de Mílton Jung, jornalista e âncora da CBN”, conta.
De lá até os dias atuais, a CBN Vitória buscou sempre se reinventar com o apoio da tecnologia que tem proporcionado grandes mudanças na comunicação nas últimas duas décadas e meia. “Há 22 anos a CBN Vitória já era uma plataforma multimídia e, com isso, conquistamos o mercado publicitário e a audiência. Em 2004, mudamos para o FM, mas nossa vanguarda não acabou por aí”, destaca Fernanda.
Com a criação de um aplicativo exclusivo da CBN Vitória (baixe aqui para Android e iOS), as fronteiras acabaram e a rádio pode hoje ser ouvida em todo o mundo. “Temos ouvintes de várias partes do mundo, como África, Estados Unidos, Europa. Todas as grandes oportunidades que a tecnologia propicia, nós embarcamos nelas. Hoje, você pode ouvir a CBN Vitória pela Alexa, pelo Google e quem não puder acompanhar o programa na hora em que ele vai ao ar, ainda pode escutar em qualquer plataforma de podcast”, adianta.
Para a âncora da CBN Vitória, a tecnologia sempre foi uma grande aliada do rádio e os ouvintes hoje têm a emissora, literalmente, na palma da mão. “A tecnologia só vem aperfeiçoando a chegada da rádio às pessoas, já que há opções para todos os perfis de ouvintes. Não há limites para onde o rádio pode chegar, pois é uma história contada todos os dias”, avalia.
E para o futuro, Fernanda arrisca a fazer uma previsão: a rádio vai ser uma grande parceira dos assistentes de voz. “Vamos surfar na onda do mundo por comando de voz, com cidades mais inteligentes. O rádio vai se pulverizar e se tornar ainda mais segmentado, já que cada vez mais a entrega da comunicação tem sido para públicos segmentados. Queremos ser o caminho da informação do que acontece no Espírito Santo para as pessoas”, finaliza Fernanda Queiroz. hdr_weak
CBN SE REINVENTA EM
25 ANOS COM A INTERNET
Vitor Jubini/AG
Temos ouvintes de várias partes do mundo, como África, Estados Unidos, Europa. Todas as grandes oportunidades que a tecnologia propicia, nós embarcamos nelas. Hoje, você pode ouvir a CBN Vitória pela Alexa, pelo Google e quem não puder acompanhar o programa na hora em que ele vai ao ar, ainda pode escutar em qualquer plataforma de podcast”
Fernanda Queiroz
Âncora e editora executiva
da CBN Vitória
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LINHA DO TEMPO
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LINHA DO TEMPO
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A humanidade evoluiu bastante tecnologicamente nos últimos 25 anos. No entanto, muitas tecnologias que hoje engatinham podem ser a grande tendência dos próximos 25 anos: quem sabe, daqui a duas décadas e meia, não estaremos em um hotel em Marte, realizando uma reunião de trabalho por realidade aumentada, ouvindo uma banda criada por inteligência artificial, enquanto robôs fazem a limpeza dos quartos?
Esse cenário, digno de filme de ficção científica, já começa a dar os seus primeiros passos com o que temos em desenvolvimento hoje. Confira 15 tendências já apontadas por especialistas para o nosso futuro. hdr_weak
15 apostas
para o futuro
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Tecnologia foi essencial para o número cada vez mais crescente de investidores, que hoje já chegam a 3,8 milhões no país
Com mais de 3,8 milhões de investidores na B3, a Bolsa de Valores do Brasil, o mercado financeiro tem passado por mudanças nos últimos anos, impulsionadas principalmente pela tecnologia. Esse foi um dos principais fatores que proporcionou a chegada de mais investidores, ao facilitar o acesso às informações do mercado, disponibilizando-as em tempo real, facilitando negociações e novos cadastros.
Exemplo disso são os resultados registrados até agosto de 2021 pela B3, que teve 43% de aumento no número de investidores no primeiro semestre deste ano, ante o mesmo período de 2020. Com isso, o valor em custódia investido em renda variável alcançou R$ 545 bilhões, 55% a mais que no mesmo período de 2020. Já o volume de negócios diários em renda variável subiu 26% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 14 bilhões.
Segundo o estrategista-chefe da APX Investimentos, Tiago Pessotti, o ambiente de pandemia ajudou esse movimento a se difundir, mas já era uma tendência que vinha crescendo com os anos, por conta da facilidade do uso da tecnologia. “Saímos de uma época em que para comprar ações era preciso ligar para o corretor, que ligava para a Bolsa com o intuito de fazer a negociação. Hoje, com o home broker, o investidor faz isso de casa”, conta.
Outro aspecto que a tecnologia trouxe de importante para o mercado financeiro foi a transparência e também a agilidade em realizar negociações, afirma Pessotti. “Antes, era tudo restrito, dependia de conhecer o corretor que operava determinadas ações. Hoje, basta abrir uma conta e aplicar os recursos”, diz.
A transparência é também um ponto destacado pelo sócio-fundador da Valor Investimentos, Paulo Henrique Corrêa. “Antigamente, era preciso ligar para a corretora, que falava com o analista dentro da Bolsa de Valores, sem saber o que estava acontecendo na hora. Muita gente era prejudicada e outros se beneficiavam, porque a informação não chegava a todos. Com a tecnologia, o mercado ficou mais democrático, seguro e preciso, com menos risco”, avalia.
Prova disso é que, neste ano, foi registrada uma entrada maior de investidores mais jovens e de fora do eixo Rio-São Paulo. Segundo a B3, apesar de o Sudeste do país concentrar o maior número de investidores, as demais regiões têm apresentado maior aumento relativo na comparação entre 2018 e 2021. As regiões Norte e Nordeste cresceram 575% e 486%, respectivamente.
FACILIDADE DE ACESSO E O FUTURO
Pela facilidade de acesso, qualquer pessoa consegue aprender a fazer investimentos e a montar suas carteiras. Segundo Corrêa, as próprias corretoras também disponibilizam uma grande quantidade de informações, com conteúdos explicativos em seus sites, ajudando os futuros corretores a entender um pouco mais do mercado. “A tecnologia encurtou as distâncias e impulsionou a quantidade maior de pessoas dentro do mercado financeiro”, diz.
Para o sócio da Elev Investimentos, Vinicius Gavioli, o surgimento e a utilização de novas tecnologias, combinado com novos comportamentos e “uma mudança nos hábitos de consumo, com compras on-line e pagamentos por aproximação, mostra não só uma mudança de comportamento das pessoas, mas também da relação delas com o dinheiro, o que chamamos de Low Touch Economy ou, em tradução do inglês, economia com pouco contato”.
A expectativa para o futuro, segundo Gavioli, é a evolução de tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data, Blockchain e Open Banking, entre outras. “Aquelas cenas que retratam negociações dos pregões na Bolsa de Valores com pessoas gritando e telefones na mão agora só existem nos filmes. A evolução da tecnologia contribuiu para aperfeiçoar as negociações do mercado de capitais. Com poucos toques na tela do smartphone, é possível investir em ações de uma empresa que fica localizada do outro lado do mundo, por exemplo. E de forma instantânea”, avalia. hdr_weak
Mercado financeiro:
das ligações telefônicas
ao home broker
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A tecnologia encurtou as distâncias e impulsionou a quantidade maior de pessoas dentro do mercado financeiro”
Paulo Henrique Corrêa
Sócio-fundador da
Valor Investimentos
Com poucos toques na tela do smartphone, é possível investir em ações de uma empresa que fica localizada do outro lado do mundo, por exemplo. E de forma instantânea”
Vinicius Gavioli
Sócio da Elev Investimentos
Saímos de uma época em que para comprar ações era preciso ligar para o corretor, que ligava para a Bolsa com o intuito de fazer a negociação. Hoje, com o home broker, o investidor faz isso de casa”
Tiago Pessotti
Estrategista-chefe da
APX Investimentos
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Quanto custa
uma moeda virtual?
A ascensão das criptomoedas transforma as relações de negócios, revelando uma nova forma de lidar com o dinheiro
As criptomoedas têm ganhado, cada vez mais, uma posição de destaque no mercado financeiro, não saindo das conversas de quem entende sobre investimentos e até mesmo do cidadão comum. Afinal, a mais famosa delas, o Bitcoin, é uma das que mais tem se valorizado recentemente, gerando interesse e curiosidade a respeito do seu funcionamento. Só para ter uma ideia, 1 Bitcoin vale hoje R$ 365 mil.
A moeda, criada no final de 2008 por Satoshi Nakamoto (pseudônimo usado pelo criador, de quem ninguém até hoje sabe a identidade verdadeira) veio para ser uma moeda digital baseada no Blockchain (em poucas palavras, um tipo de base de dados que guarda registro de transações permanente à prova de violações). As primeiras transações com Bitcoin começaram por volta de 2009, com a moeda valendo cerca de US$ 0,10 (R$ 0,55), atingindo a sua primeira máxima histórica em 2017, valendo US$ 20 mil (R$ 111 mil).
Mas o que torna essa moeda tão valiosa e sua valorização tão rápida assim? Segundo o especialista em Bitcoin da Valor Investimentos, Gabriel Vassallo, são três motivos, sendo que o primeiro deles é a lei da oferta e demanda, ou seja, quanto mais pessoas estiverem comprando as criptomoedas, mais alto será o valor delas, assim como pode ocorrer sua desvalorização quando as pessoas perdem o interesse.
O segundo fator está na quantidade de moedas. Sim, o Bitcoin é uma moeda limitada a 21 milhões de unidades, sendo que mais de 18 milhões já estão em circulação no mercado atual. Com isso, a tendência é que ela seja cada vez mais procurada por sua escassez (como ouro e outros minerais preciosos). E em terceiro lugar, está o aumento de aplicativos e utilizações das criptomoedas no dia a dia.
“Isso dá ao Bitcoin a característica de meio de pagamento, pois as pessoas podem finalmente usá-lo como meio de troca por produtos e serviços do seu cotidiano. Além disso, a constante ascensão da utilização da tecnologia Blockchain, a qual está diretamente atrelada ao ecossistema do Bitcoin, também converge com a valorização dessa criptomoeda, além de outros fatores menores que favorecem para essa valorização”, avalia Vassallo.
OUTRAS CRIPTOMOEDAS
No entanto, o Bitcoin, apesar de ser a criptomoeda mais famosa, não é a única. Há várias opções, sendo que uma das mais conhecidas é a Ethereum, que valorizou, desde a sua criação, em 2015, 841.419,80% em reais, segundo cotações da CoinBase. A moeda passou de R$ 2,47 em 2015, para R$ 20.744,58 neste ano.
Com esse crescimento, o número de investidores interessados em criptomoedas também aumentou: somente neste ano o crescimento foi de 938%, segundo pesquisa feita pela Hashdex, gestora de criptomoedas do país, com base em dados da B3 e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
“O movimento de criptomoedas é uma tendência global, pois é para onde vão caminhar as formas que as pessoas fazem transações. Há uma movimentação de países em criar suas próprias criptomoedas. Alguns bancos centrais enxergam como futuro e começaram a regulamentar o seu uso. El Salvador foi o primeiro país no mundo a aceitar o Bitcoin como uma de suas moedas oficiais. Mas tudo ainda é muito incipiente e com alta volatilidade. No entanto, é uma tecnologia promissora”, avalia o estrategista-chefe da APX Investimentos, Tiago Pessotti. hdr_weak
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Mundo digital democratiza acesso a serviços bancários
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As chamadas fintechs são bancos virtuais que têm revolucionado o mercado como um todo, impulsionando também a evolução dos serviços on-line nos bancos tradicionais
A tecnologia tem sido uma das principais responsáveis pela democratização do mercado financeiro. No sistema bancário, essa revolução nada silenciosa contribuiu não apenas para deixar os sistemas de bancos ao alcance das pessoas, com aplicativos como o home banking, como também significou o acesso de uma parcela da população brasileira que até então não possuía vínculo algum com instituições financeiras.
Segundo pesquisa realizada pela fintech OMT, dos 127,4 milhões de brasileiros que possuem contas bancárias, 39% estão em bancos digitais. Desde o seu surgimento, as chamadas fintechs (junção de financeiro e tecnologia, em inglês), ou bancos digitais, chegaram com a proposta de serem unicamente on-line (tanto que não possuem agência física, como os bancos tradicionais) e com taxas mais competitivas, tornando-se um complemento para o atual sistema bancário no país hoje.
Para o assessor de investimentos da Elev Investimentos, João Lucas Monte Belo, as fintechs surgiram para “trazer inovações, corrigir inconsistências dos bancos tradicionais, como dificuldade de aprovação de crédito, burocracia e atendimento”. No entanto, ele afirma que isso não significa o fim dos bancos tradicionais, pelo contrário.
“Os bancos tradicionais precisaram se adaptar rapidamente para não perder mercado, adaptando-se ao meio digital. Garantindo um serviço melhor, um desempenho melhor. O mercado está evoluindo. Se eu tivesse que apostar, eu diria que os bancos tradicionais ainda vão existir no futuro. O digital é um caminho sem volta, com foco na especialização e atuação de um segmento que proporcione solução imediata, inovação e menos burocracia”, afirma.
Como concorrentes digitais que oferecem taxas menores de juros, cartões sem anuidade e facilidade para resolver todas as pendências on-line, bancos tradicionais já estão fazendo essa movimentação, atraindo clientes ou fidelizando os que já têm. Para Monte Belo, a opção – ou não – de estar em um banco digital ou tradicional vai depender do perfil de cada pessoa.
“Esse movimento de desburocratização com o open banking tende a atrair aquela população que ainda não possui uma conta. E as fintechs têm exercido esse papel importante, de levar acesso financeiro para essa população”, destaca.
BANCOS TRADICIONAIS SE REINVENTAM
E os bancos tradicionais? Bom, esses já aprenderam que a tecnologia é uma aliada. Exemplo disso é o Banestes, que de janeiro a junho de 2021 investiu R$ 19 milhões em Tecnologia da Informação e Comunicação para acelerar o processo de transformação digital.
Segundo a instituição, o foco principal é a implementação do Open Banking, a evolução do Pix e a ampliação de prestação de serviços pelos canais digitais. Tanto que o banco criou a Gerência de Projetos Especiais, uma área específica para tratar de tudo o que envolve essas tecnologias.
Em números, os canais digitais do Banestes (internet banking e aplicativos) foram responsáveis por mais de 9 milhões de transações financeiras no terceiro trimestre de 2021, um crescimento de 16,7% sobre o segundo trimestre de 2021.
Em julho, segundo o Banestes, o aplicativo registrou a marca de mais de 2 milhões de operações com movimentação financeira em um único mês, incluindo transações como pagamentos, transferências e saques sem cartão. Já o aplicativo Abre Conta Banestes completou dois anos de atuação com mais de 20 mil contas abertas neste semestre.
Outra instituição que também tem apostado no digital é o Sicoob ES. Nos primeiros seis meses de 2021, foi registrado crescimento de 138,3% na abertura de contas digitais. Sendo que oito em cada 10 transações da instituição foram realizadas em canais digitais, que incluem aplicativo, internet banking, WhatsApp e caixa eletrônico.
No ano passado, também foi implementada a reestruturação da adesão digital, reduzindo o tempo de associação da abertura de conta de microempreendedor individual, por meio de um único aplicativo. E até mesmo os encontros para prestação de contas aos cooperados, que antes eram presenciais, passaram a ser feitos também pelo aplicativo da instituição.
“A aposta do Sicoob nos canais digitais levou praticidade e comodidade aos nossos associados, que puderam resolver seus assuntos sem precisar sair de casa. Neles também disponibilizamos o cadastro das chaves Pix para todos os cooperados”, destaca o superintendente de operações e negócios do Sicoob Central ES, Alecsandro Casassi. hdr_weak
Mundo digital democratiza acesso a serviços bancários
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Entenda
os termos
mais usados
no mercado digital
Glossário
Startups, fintechs, criptomoedas… alguns termos têm se tornado cada vez mais comuns na era digital. Mas será que todos sabem o que eles realmente representam? Confira neste glossário o que essas expressões, que serão cada vez mais utilizadas, significam.
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O que quer dizer?
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O que quer dizer?
Startup
O termo, que em inglês significa “começar algo”, é utilizado para designar novas empresas que sejam inovadoras, tenham rápido crescimento e desenvolvam modelos de negócios que possam ser replicados. Este termo surgiu na década de 1990, quando empresas tecnológicas se desenvolveram graças à internet. Alguns dos exemplos mais conhecidos são Uber, Airbnb e Spotify. No Espírito Santo, um dos exemplos é a fintech Picpay.
Open Banking
É um novo modelo financeiro, onde os dados dos clientes de todos os bancos podem ser compartilhados entre as instituições. Isso, para o cliente, pode significar personalização de produtos e serviços, além da oferta de taxas mais competitivas.
Day Trade
É uma modalidade de negociação, dentro do mercado financeiro, que consiste em obter lucro com as constantes oscilações de preço das ações durante o dia. Pelo retorno mais rápido, é um tipo de investimento de alto risco.
Criptomoeda
Tecnicamente, um tipo de dinheiro. A diferença é que não é um dinheiro físico, ele só existe no mundo virtual, e não é emitido por nenhum país. Especialistas em criptomoedas veem isso como uma vantagem, já que não estão atreladas a nenhum sistema financeiro, sendo sua cotação totalmente independente, mas também imprevisível e de alto risco.
Home banking
Aplicativo que tem todas as funções para acesso ao banco onde a pessoa possui uma conta. O internet banking é uma variação disso, já que pode ser acessado via navegador.
LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados
(Lei nº 13.709/2018) estabelece regras sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais. Tudo o que o usuário faz ou é feito com seus dados nas redes, jogos, aplicativos, aparelhos que precisam de acesso pela internet e até sistema de segurança por videomonitoramento está sujeito à LGPD, que é uma forma de proteger as informações sensíveis dos usuários.
Fintech
Termo comumente usado para designar os bancos digitais, que não possuem agências físicas. A palavra foi formada pela abreviação de “financial technology” (tecnologia financeira, em português) e é usada para se referir a startups ou outros negócios que desenvolvem serviços financeiros com uma forte base tecnológica como diferencial, como empresas de empréstimos, fornecedoras de máquinas de cartões, de investimentos, pagamentos e até mesmo seguros.
Home broker
Parecido com o home banking, é um sistema que permite que o usuário se cadastre e possa fazer, diretamente de seu celular ou computador, negociações ou checar o mercado de ações, sem precisar de intermediação de uma empresa de investimentos.
Big Data
É uma área do conhecimento que analisa e interpreta grandes quantidades de dados. A partir disso, podem ser tomadas várias decisões, desde a direção que um país deve caminhar na economia, por exemplo, até mesmo qual o local mais próximo para estacionar o carro.
Blockchain
É uma base de dados que guarda registro de transações permanentes à prova de violações. Seu uso mais frequente é com relação às criptomoedas, mas também tem sido utilizado para guardar informações como escrituras de casas e até mesmo obras de arte.
Mineração de dados
Assim como a mineração tradicional, aqui ela é feita em bases grandes de dados, em busca de padrões consistentes para extrair informações relevantes ou, no caso do Bitcoin, os dados relativos à moeda.
NFT
Abreviação de non-fungible token (token não-fungível, em português), o NFT é um tipo de registro de propriedade dentro de um blockchain. Pode ser usado para qualquer tipo de objeto digital. Um exemplo é uma obra de arte digital, que assim como um quadro físico pintado é único, podendo ser apenas copiado, uma obra NFT também não pode ser replicada.
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Com as pessoas passando mais tempo
on-line a cada dia, é preciso estar atento
para não ser vítima de criminosos virtuais
A internet está em todos os locais e os criminosos já entenderam isso há muito tempo. A pandemia aumentou ainda mais o tempo que passamos on-line, com o trabalho de casa e o uso de serviços on-line, o que também amplia o risco de ser alvo de golpes aplicados por esses criminosos. Dentre eles, alguns são bastante frequentes, mas com alguns cuidados é possível identificá-los antes de cair numa cilada. Entenda abaixo como esses golpes acontecem e como se proteger para não ser a próxima vítima.
Clonagem no Whatsapp
Uma das fraudes comuns realizadas por esse meio ocorre quando o golpista oferece uma vantagem irresistível na contratação de serviços, convites para festas, planos de operadoras de telefonia e TV ou compra de produtos por um preço muito baixo. Para aproveitar a oportunidade, o golpista solicita que a vítima informe um código que ela irá receber por SMS. Ao passar o código, o golpista consegue clonar a conta de WhatsApp da vítima e tem acesso a todos os seus contatos. A partir daí, o criminoso passa a solicitar valores em dinheiro a amigos e conhecidos.
Com o uso popular da autenticação de dois fatores, os criminosos evoluíram no golpe. Depois de obter o código enviado por SMS e descobrir que a vítima tem esse tipo de autenticação ativada, o golpista entra em contato com a vítima se apresentando como integrante da equipe de suporte do WhatsApp. Ele informa ao usuário que identificou uma suposta atividade maliciosa na conta e que enviou um e-mail para que ele recadastre a dupla autenticação.
A vítima, de fato, recebe uma mensagem legítima do WhatsApp mas que foi provocada pelo golpista. A mensagem contém um link para o cancelamento da verificação em duas etapas. Ao clicar nele, o usuário desabilita a proteção. O golpista, então, aproveita que a conta está desprotegida para seguir com o golpe.
Golpe da troca de número
Este golpe acontece quando o criminoso tenta se passar por outra pessoa. Ele compra um chip com o mesmo DDD do alvo e cria um perfil do WhatsApp usando uma foto conseguida nas redes sociais. A partir disso, aborda familiares e amigos falando que o número do alvo mudou e pede dinheiro. Não é uma clonagem do aplicativo de mensagens, mas a criação de um perfil falso.
Golpe da troca de chip
Existe um tipo de golpe bem raro atualmente no qual, com a conivência de algum colaborador da operadora, o criminoso transfere o número da vítima para outro chip e ele consegue autenticar a instalação do WhatsApp e aplicativos de bancos em outro aparelho com o número da vítima.
Auxílio emergencial
O auxílio emergencial por conta da pandemia do coronavírus acabou, mas é preciso ficar atento às informações oficiais para não ser enganado. Antes mesmo do governo federal liberar o cadastramento de beneficiários, criminosos já haviam criado um site falso que prometia um “auxílio cidadão” para as vítimas. Isso sem contar a criação de um aplicativo que oferecia as mesmas vantagens de forma fraudulenta. Os objetivos eram obter os dados financeiros da vítima e infectar o smartphone com um vírus.
Cadastro do Pix
Pegando carona no sucesso do novo serviço de transferência de valores, o Pix, os golpistas se apressaram para criar perfis falsos de instituições financeiras para supostamente “ajudar” as vítimas a fazer o cadastro das suas chaves pessoais. Na verdade, de posse das informações financeiras e das chaves cadastradas, eles podiam facilmente transferir valores para outras contas.
Golpe do falso motoboy
Golpistas entram em contato com pessoas se passando por um banco para comunicar a realização de transações suspeitas com o cartão de crédito do cliente. Depois de conseguir informações sigilosas, tais como senhas e dados pessoais, os criminosos dizem que um motoboy será enviado para recolher o tal cartão “clonado”. Eles ainda orientam a vítima a cortar o cartão ao meio, para inutilizar a tarja magnética. Contudo, o chip permanece intacto, permitindo que os bandidos realizem compras com o cartão.
Anúncio de emprego
Infelizmente, o desemprego está em alta e muitas pessoas estão em busca de novas oportunidades. Aproveitando esse grande interesse em vagas de emprego, golpistas criam sites falsos com ofertas de emprego inexistentes. Para que os candidatos concorram às vagas, eles devem enviar cópias de vários documentos pessoais, incluindo exames médicos, além do pagamento de uma taxa em dinheiro. A vítima paga e não é direcionada a qualquer vaga ou informam que ela já foi preenchida.
Adolescentes, novos alvos
Os adolescentes estão conectados na internet grande parte do tempo e os golpistas já compreenderam isto criando uma série de golpes direcionados a este público. Alguns destes golpes são a criação de manchetes chamativas de celebridades que ao serem clicadas levam para um site malicioso. Outra isca é a oferta de bolsas de estudo falsas e a criação de perfis falsos em sites de relacionamento com fotos atraentes para a criação de um vínculo de confiança com a vítima até que atinja o objetivo de conseguir imagens íntimas para extorquir dinheiro. hdr_weak
Principais golpes na web e como se proteger
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Cinco dicas para evitar golpes
Criaram um perfil
falso em meu nome:
o que fazer?
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Golpes desse tipo são comuns e etapas simples podem te ajudar a se precaver de problemas com o aplicativo
Um dos aplicativos mais usados do Brasil também é alvo frequente dos mais variados golpes, como a invasão de contas do WhatsApp. Trata-se de um mecanismo manjado e antigo, mas que continua fazendo vítimas. Após ter acesso, os criminosos podem, por exemplo, pedir dinheiro para seus contatos. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados para se proteger de ataques deste tipo.
Geralmente, a invasão começa com algum criminoso que sabe o seu número de telefone. Ele quer se apossar da sua conta de WhatsApp, e por isso abre o aplicativo – no smartphone dele – e tenta acessar seu perfil. Fique ligado nos seguintes cuidados:
1Tenha cuidado ao receber SMS do WhatsApp com o código que habilita o perfil em outro aparelho. Esta mensagem chega pelo sistema de telecomunicações. O próprio texto do SMS já avisa que não deve ser compartilhado com ninguém e usado exclusivamente para ativar a conta de WhatsApp em outro telefone.
2Jamais informe o código que chega por SMS a terceiros, seja por conversa de WhatsApp, seja por ligação telefônica. Nenhuma empresa, entidade governamental ou mesmo a empresa por trás do WhatsApp irá te perguntar esta informação para o que quer que seja.
3Parte dos golpes está relacionada com promessas de descontos e brindes caso a pessoa informe o código de WhatsApp enviado via SMS. Novamente, vale reforçar a regra de não repassar este dado essencial para sua segurança no ambiente digital.
4Ative o mecanismo de verificação em duas etapas. A partir deste momento, o seu WhatsApp pedirá uma senha numérica de tempos em tempos. Ela deve ser memorizada e jamais compartilhada com terceiros. Caso algum agente malicioso tente pegar sua conta no aplicativo, ele irá esbarrar neste quesito, que passa a ser fundamental para ativar a conta de WhatsApp em outro celular. A habilitação desta opção extra de segurança se dá no próprio aplicativo, dentro de Configurações - Conta - Confirmação em duas etapas.
5A mesma tela onde é habilitada a confirmação em duas etapas também permite associar um endereço de e-mail à conta de WhatsApp. Ess e procedimento é igualmente importante caso o pior aconteça e seja necessário buscar o suporte do aplicativo para reaver sua conta.
Como você pode perceber, são etapas simples de prevenção e precaução que vão garantir a segurança da sua conta. Mesmo sem acesso à sua agenda de contatos na íntegra, os agentes maliciosos podem abordar os amigos de grupos de WhatsApp e pessoas que publicam mensagens na área de status da plataforma. Fique atento! hdr_weak
5 CUIDADOS PARA NÃO TER O WHATSAPP INVADIDO
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Atualmente, os smartphones guardam fotos, vídeos, contatos importantes e informações de trabalho que não podem ser perdidos
Hoje, muitas pessoas são dependentes de seus smartphones. Desde fotografias a importantes contatos de negócios, eles são como um segundo cérebro que nos ajuda a documentar nossas vidas e manter o controle de nossas agendas lotadas. Quando o telefone é perdido, roubado ou quebrado, podemos nos sentir vulneráveis, violados e expostos. Assim a pergunta que fica é: como melhorar a segurança do celular?
Sistema operacional atualizado
Dedicar tempo para atualizar o sistema operacional do seu smartphone é fundamental para manter seus dados seguros. As atualizações permitem que você fique um passo à frente dos hackers e das últimas explorações que estão disseminando pela internet. Ajuste as configurações do seu dispositivo para que ele seja atualizado automaticamente.
Aplicativos: só das lojas oficiais
Nem todos os aplicativos da App Store ou da Google Play Store são 100% confiáveis, mas fazer o download apenas das lojas oficiais reduz o risco de baixar aplicativos suspeitos. Os apps disponíveis nessas plataformas são examinados e devem ter um padrão de qualidade em termos de proteção de dados, além de ter que produzir uma política de privacidade dedicada para você, informando como eles protegem seus dados.
Baixar apps de sites não oficiais aumenta o risco de infecção por ransomware, malware, spyware e trojan, e você corre riscos de um aplicativo controlado por um hacker acabar assumindo o controle total do seu smartphone.
De olho nos aplicativos
Embora você não saiba dizer se o aplicativo tem práticas duvidosas, uma pesquisa rápida no Google pode fornecer mais informações sobre o desenvolvedor e o app. Pesquise pelo nome do aplicativo e a expressão “fraude”. É sensato evitar um aplicativo se for o único que um desenvolvedor produziu ou se o desenvolvedor foi responsável por qualquer outro aplicativo obscuro.
Verifique quais permissões seus apps solicitam. Você também deve se perguntar se faz sentido para um aplicativo solicitar determinadas permissões. Pedir acesso a dados que não são relevantes para sua função é um grande sinal de alerta.
Além de prestar atenção às permissões que você concede a um aplicativo, também é importante monitorar como ele se comporta depois de baixá-lo. Mudanças drásticas na duração da bateria do seu dispositivo são outra bandeira vermelha, já que apps maliciosos podem ser executados constantemente em segundo plano.
Qual categoria de aplicativos móveis é mais arriscada? Quem apostou na de Jogos acertou. Os resultados mostram que os games são os que oferecem mais comportamentos arriscados, especialmente entre os pagos.
Backup das informações
Muitas vezes, as informações (documentos, fotos e arquivos) armazenadas no celular valem mais do que o próprio aparelho. Dessa forma, fazer backup é extremamente importante.
Você pode fazer backup dos arquivos no seu computador usando um cabo USB para conectar o celular ao PC ou usar a nuvem para armazenar a cópia dos arquivos.
Alguns aplicativos simplificam esse processo como o “App Backup and Restore”, o “Super Backup” ou o “Helium App Sync”.
Bloqueio de acesso
A primeira barreira para proteger suas informações armazenadas no celular é a tela de bloqueio. Muitas pessoas utilizam como segurança para seus smartphones um padrão de desenho na tela. Esse é um modo inseguro de bloqueio de acesso. Prefira configurar uma senha (também conhecida como PIN) composta de letras (maiúsculas e minúsculas), números e caracteres especiais. Uma senha contendo esses elementos é mais difícil de ser decifrada.
Arquivos protegidos
Para proteger fotos e vídeos no seu celular existem funções nativas e apps que disponibilizam uma senha extra para acessar arquivos mais sensíveis do seu dispositivo.
Os usuários da linha de celulares da Samsung podem utilizar, por exemplo, o recurso da “Pasta Segura”. É um local dentro do aparelho que é criptografado e protegido por uma senha. Nesse caso, o usuário pode armazenar fotos, vídeos, documentos e arquivos e o sistema permitirá o acesso apenas mediante a informação da senha.
Para outros aparelhos existem aplicativos que criam esta proteção, como o AppLock (Android), Files (Android), Notas (iOS) e KeepSafe (Android e iOS). Antes de instalar um destes apps, vale a pena conferir as avaliações nas lojas de aplicativos e conferir os termos de uso e a política de privacidade. hdr_weak
GARANTA O MÁXIMO DE
SEGURANÇA NO SEU CELULAR
5 CUIDADOS PARA NÃO TER O WHATSAPP INVADIDO
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Se por um lado os smartphones ajudam e simplificam vidas, por outro, podem ser um grande risco à privacidade
Com a popularização dos celulares, atualmente é difícil encontrar alguém que não tenha um smartphone. Se por um lado esses aparelhos ajudam e simplificam nossas vidas, por outro podem ser um grande risco à nossa privacidade ou à da empresa onde trabalhamos.
Imagine a situação de ter o seu celular roubado ou perdido. Além da perda material e do transtorno de ter que bloquear a linha, ainda existe o risco de que todas as informações armazenadas no aparelho sejam acessadas por terceiros.
Os roubos costumam ocorrer em vias públicas ou no trânsito, durante o uso das pessoas. Isso significa que, nessas situações, os criminosos conseguem acesso ao aparelho já desbloqueado, o que permite buscar as senhas ou dados pessoais armazenados pelos próprios usuários no smartphone, em sites e no e-mail para tentar entrar nos aplicativos de bancos e limpar o dinheiro das contas das vítimas ou fazer empréstimos.
Dessa forma, é preciso redobrar os cuidados com as configurações de segurança do celular e dos aplicativos. Toque no ícone na foto para conferir três dicas fundamentais para o dia a dia.
MEU CELULAR FOI ROUBADO, E AGORA?
Se você foi vítima de um roubo, a primeira providência a ser tomada nesse caso, mesmo o aparelho estando desbloqueado ou não, é apagar os dados remotamente. Essa medida também deve ser adotada em caso de perda do celular.
Isso pode ser feito acessando as páginas criadas para localizar dispositivos perdidos. No caso de aparelhos iPhone da Apple, o site é o itunes.com. No caso de aparelhos Android do Google, acesse o Gmail com sua conta e, em outra aba no mesmo navegador, acesse o link https://www.google.com/android/find?u=0.
Só depois de ter os dados apagados, comunique à operadora que o aparelho foi roubado para que sua linha seja bloqueada. Atenção sobre essa sequência. Se você fizer isso antes de deletar os dados, a linha for cancelada e seu smartphone ficar sem internet, o comando para limpar o dispositivo não vai funcionar.
Depois da linha bloqueada, entre em contato com o banco para o bloqueio do aplicativo de internet banking e da sua conta. Essa é uma medida de precaução para evitar que os bandidos tenham acesso ao seu dinheiro.
A seguir, registre um boletim de ocorrência e solicite o bloqueio do IMEI. Esse número único identifica exclusivamente o seu aparelho em relação a todos os outros. Anote e deixe em um local guardado o IMEI do seu aparelho e o número de série. Essas informações são obtidas digitando *#06# no aplicativo de telefone, onde é possível fazer ligações do aparelho.
Caso o aparelho seja recuperado, você deve ir à operadora ou à polícia, munido da nota fiscal para comprovar que o celular é seu, para solicitar o desbloqueio do IMEI. hdr_weak
CELULAR ROUBADO OU PERDIDO: o que fazer?
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1Use sempre uma configuração de bloqueio da tela de início do celular e opte pela opção de bloqueio automático mais rápida (30 segundos, por exemplo).
2Nunca utilize o recurso de “lembrar/salvar senha” em navegadores e sites e jamais anote senhas em blocos de notas, e-mails, mensagens de WhatsApp ou outros locais do celular.
3Utilize ferramentas de segurança adicionais como biometria, reconhecimento facial e dupla autenticação (a segunda senha) em apps e também no e-mail.
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Pode ser tentador escolher uma sequência óbvia ou repetir a mesma sempre, mas essa prática é a pior opção. Gerenciadores de senhas são alternativas para não decorar tudo de cabeça
Ela funciona como uma chave de acesso a redes sociais, aplicativos e sites e é necessária para proteger suas informações na internet. Nem sempre é fácil gravá-la na memória, o que pode trazer transtornos, mas uma coisa é certa: o maior inimigo de suas contas on-line é a reutilização de senhas. Caso você faça isso e ela seja descoberta em um de seus perfis, todos os outros estarão expostos. Assim, será muito fácil para um criminoso invadir suas contas.
O mais correto a se fazer é criar uma senha forte para cada tipo de conta que utiliza. Dessa forma, se possui, por exemplo, conta no Facebook, no Twitter e no Instagram, é recomendado que cada uma delas tenha uma sequência de números, letras e caracteres especiais diferentes.
Cofres de senha
Mas aí você pode se perguntar: como vou ter uma senha diferente para cada tipo de conta e lembrar de todas elas? A resposta é simples: utilizar um aplicativo gerenciador de senhas. Ele é desenvolvido para armazenar de forma criptografada todas as senhas e, assim, o usuário só precisa lembrar de uma única sequência forte para ter acesso às demais. Além disso, o app pode criar senhas aleatórias e fortes, assim não é preciso usar a própria criatividade para criar chaves complexas.
Elas estarão armazenadas neste aplicativo, que as lembrará automaticamente sempre que precisar das mesmas, mantendo suas contas seguras.
Armazenando além de senhas
Outra ferramenta que os gerenciadores de senha possuem é a possibilidade de armazenar, não apenas senhas, mas também notas seguras. Inclusive, é possível inserir anexos de arquivos. Isso permite armazenar documentos fiscais, cópias digitalizadas de passaporte, carteira de motorista e demais documentos e informações confidenciais.
Senhas e os navegadores da internet
Os navegadores modernos contemplam gerenciadores de senhas incorporados. Com eles, é possível salvar senhas nestes aplicativos, o que facilita seu acesso às mais diversas contas. Porém, existem alguns problemas. Os gerenciadores de senhas dos navegadores da web estão evoluindo, mas ainda não são tão eficientes e seguros quanto os de terceiros.
Outro problema é que as informações estarão disponíveis apenas àquele navegador específico. Ou seja, digamos que utilize Edge no computador e o Chrome no celular, eles não sincronizarão as senhas entre si. Já caso utilize um cofre de senhas, consegue acessá-las de qualquer lugar.
De qualquer forma, usar o gerenciador de senhas do navegador da internet é melhor que anotá-las em um papel, no bloco de notas do celular ou em uma mensagem de e-mail. Caso não possua nenhum software adicional, o navegador pode armazenar as senhas e sincronizá-las entre seus dispositivos.
Os gerenciadores são seguros?
Você pode estar pensando: mas vou colocar todas as minhas senhas em um único local? Realmente, não existe nada 100% seguro na área de Tecnologia da Informação, mas posso dizer que o uso desses aplicativos reduz bastante o risco de ter suas informações acessadas inadvertidamente. Os programas de gerenciamento são muito mais eficazes do que os de navegadores da internet. hdr_weak
Como tornar suas senhas
à prova de invasores
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Algumas sugestões de cofres de senha
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Plataformas on-line identificam se informações como CPF e senhas foram expostos e podem estar sendo usados em fraudes
Atualmente, não passa uma semana sem a divulgação de um novo vazamento de dados na internet. Empresas de praticamente todos os segmentos já tiveram os dados de seus clientes expostos.
Esse tipo de situação expõe informações que podem ser usadas para clonagem de cartões de crédito e contratação indevida de empréstimos, por exemplo. E como saber se seus dados estão disponíveis na internet?
Atento aos vazamentos
O site Have I Been Pwned é um dos mais antigos que verifica o vazamento de senhas de usuários. O sistema utiliza o e-mail do usuário para realizar pesquisas em bancos de dados de mais de 300 páginas na web. Para descobrir se foi vítima desse problema, basta acessar a plataforma e inserir seu e-mail no campo de busca. O site vai retornar se o e-mail e senha foram vazados e indicar a partir de qual site isso ocorreu.
Outra página interessante é a Minha Senha. Desenvolvida pela Axur, empresa de monitoramento, é um recurso brasileiro que permite ao usuário verificar se suas informações foram expostas em algum banco de dados de fraudes. Por ser nacional, a plataforma reúne apenas dados de vazamentos em sites do país, aumentando a chance do usuário descobrir uma possível exposição.
O Mozilla Firefox também lançou um recurso de pesquisa de dados, que usa apenas o e-mail do usuário, chamado Firefox Monitor. A plataforma tem parceria com o Have I Been Pwned e a Cloudfare. Além de verificar possíveis violações, o Firefox Monitor também permite a criação de um alerta, caso você sofra algum ataque cibernético.
CPF MONITORADO
O vazamento de dados expõe informações que podem ser usadas para fraudes bancárias. Para proteger os usuários, o Banco Central criou o Registrato, um site que permite monitorar se o CPF está vinculado a contas correntes que não sejam suas e a movimentações bancárias estranhas.
Para ter acesso, basta se cadastrar pelo aplicativo do banco ou pelo site do Registrato.
Outro serviço que avisa caso estejam usando dados indevidamente para transações financeiras é o Serasa. No serviço Serasa Premium o usuário recebe um alerta sobre o uso das informações, além de ser possível consultar o CPF a partir do site principal da instituição. hdr_weak
COMO SABER QUE SEUS DADOS VAZARAM NA WEB
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dicas
Tecnologias de fábrica nos modelos mais modernos evoluíram muito, mas alguns cuidados ainda são essenciais para ampliar essa proteção no PC
Muito se fala sobre a segurança do smartphone justamente por ser um dispositivo que nos acompanha desde o despertar até a hora de dormir. No entanto, outro aparelho merece igual atenção por causa das muitas ameaças tendo ele como alvo: o computador.
A verdade é que as tecnologias que saem de fábrica junto com os computadores mais modernos melhoraram muito com o passar dos anos. Compradores de modelos mais recentes, dos últimos cinco anos, já contam com soluções sofisticadas para se proteger.
Orientações adicionais são sempre bem-vindas para se proteger de ataques. Sendo assim, confira abaixo algumas dicas para quando estiver no PC. hdr_weak
6 dicas para
aumentar a segurança
do computador
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Proteja seu perfil no computador com login e senha forte
Caso o sistema dele permita, lembre-se de vincular também a algum serviço de nuvem, pois assim fica mais fácil de recuperar a conta caso algo dê errado ou mudem a senha da máquina.
Ative as atualizações
automáticas de sistema
Elas costumam ser distribuídas
periodicamente com correções para
brechas e vulnerabilidades. Hackers exploram estes mesmos furos nas codificações dos aparelhos para invadi-los. Sendo assim, estar com o software mais recente aumenta as chances de sair ileso de tentativas de ataque.
Instale um bom antivírus
Algumas empresas oferecem soluções mais completas, que também englobam ferramentas para monitorar as páginas acessadas e os links recebidos em programas de troca de mensagens. Cada usuário deve fazer um exame de consciência sobre quais ferramentas são essenciais em seu dia a dia, já que camadas extras de proteção custam mais.
CRIE senhas longas e diferentes
para cada serviço digital
Caso tenha dificuldade em lembrar de tudo, instale um gerenciador de senhas que sincronize todas elas e as proteja com uma senha-mestra. Alguns navegadores de internet já contam com recurso nestes moldes.
Jamais anote suas senhas
no bloco de notas
É o primeiro ambiente que um hacker checa após uma invasão.
Em compras on-line recorra
ao cartão virtual
Principalmente em lojas com as quais você não tenha relacionamento, utilize essa opção. É possível consultar a numeração e demais informações no aplicativo do seu cartão de crédito. Este é um mecanismo bem-vindo para se resguardar e que, caso o pior aconteça, não exige que você fique sem o cartão de crédito principal.
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Pago ou gratuito? Na hora de decidir, analise o que é oferecido para optar pela proteção ideal
Quando se fala em segurança da informação a primeira providência que se pensa é escolher um bom antivírus. Nessa hora, surge uma dúvida muito frequente entre os usuários de computador e smartphone: vale a pena usar um antivírus gratuito ou o importante é utilizar a versão paga da ferramenta?
Hoje, sabe-se que em relação à proteção contra vírus de computador a eficiência de um antivírus pago ou gratuito é a mesma. Então, por que pagar por ele? A resposta está nos serviços adicionais. Na versão paga dessas ferramentas, além da proteção contra os malwares, o usuário recebe vários outros mecanismos, como verificação de configurações inseguras no smartphone, proteção do dado que está sendo transmitido pela internet (VPN), cofres de senha e muitos outros. Assim, a recomendação, sempre que possível, é usar a versão mais completa.
É importante observar que a versão gratuita dos antivírus só é válida para usuários domésticos. No ambiente empresarial, não temos escolha, a opção é mesmo pela ferramenta paga.
Um antivírus comercial permite ao empresário gerenciar a segurança de todos os seus computadores remotamente, sem precisar acessar um por um. Com a utilização de um console de administração, é possível verificar o comportamento de cada funcionário, se o mesmo realizou as atualizações de vírus, se sofreu ataques, etc.
Varreduras semanais
Uma dica importante é programar o antivírus para fazer uma varredura semanal e, de preferência, com a internet ligada.
Vírus novos são criados a cada hora. Assim, não se esqueça de ativar a atualização automática do antivírus para que a ferramenta consiga identificar o que temos de mais novo em relação às ameaças.
Ferramenta é importante,
mas não é suficiente
É importante entender que a proteção de seu celular ou computador não se resume ao antivírus. As atitudes dos usuários na navegação na internet, instalação de aplicativos e a escolha de senhas são tão ou até mais importantes do que a escolha dessa ferramenta. hdr_weak
O que avaliar antes de
escolher o antivírus
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Ferramentas modernas e seguras permitem mandar dinheiro a outras pessoas ou concluir pagamentos de forma instantânea
O Brasil passa por uma revolução no setor de pagamentos e movimentação financeira. Se antes um TED em pleno sábado só seria concretizado na segunda-feira subsequente, agora a população conta com ferramentas modernas e seguras para mandar dinheiro a outras pessoas ou concluir pagamentos.
A grande novidade, mais recente, tem a ver com o Banco Central. A entidade criou o Pix, um sistema moderno que rivaliza com as funcionalidades de TED e DOC. O correntista pode transferir recursos para um beneficiário sem se preocupar com o dia da semana, pois o Pix funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
Rapidamente a ferramenta caiu no gosto do brasileiro por não cobrar nenhuma taxa de pessoas físicas. Já os bancos correm para conquistar mais chaves Pix. É por meio delas que o dinheiro chega a outro correntista.
PAGAMENTO POR APROXIMAÇÃO
Já o pagamento por aproximação existe há mais tempo, mas também se tornou um queridinho nacional durante a pandemia. As maquininhas de pagamento mais recentes contam com um chip chamado de NFC, algo como “comunicação de campo próximo” em português. Na prática, é como um Wi-Fi de curto alcance dedicado à comunicação entre dispositivos eletrônicos – não envolve acesso à internet, portanto.
Como usar
O NFC possibilita receber instruções para concluir um pagamento. Há duas possibilidades principais para aderir à moda do pagamento por aproximação: com um cartão de crédito que conte com esta tecnologia ou com uma carteira virtual instalada no smartphone do consumidor. A segunda opção é mais segura por pedir biometria antes de liberar o cartão (de débito, crédito ou benefício) armazenado na memória do smartphone.
Dentre as principais ferramentas estão o Apple Pay, o Google Pay e o Samsung Pay. Todo o procedimento de adição de cartão ocorre dentro destes ambientes, que contam com segurança robusta. A partir daí, na próxima vez que um vendedor perguntar se é “crédito ou débito”, bastará sacar o smartphone do bolso, habilitar a carteira virtual e aproximá-la da maquininha. Quem usa esta tecnologia ainda fica impressionado com a praticidade. Parece mágica. O dinheiro vai embora e você nem percebe. hdr_weak
COMO FUNCIONA O Pix
Pix e pagamento
por aproximação
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WHATSAPP PAGAMENTOS:
COMO USAR DE FORMA SEGURA
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Novidade lançada neste ano permite transferência de dinheiro a contatos pelo aplicativo de mensagens
Queridinho de nove entre 10 brasileiros, o WhatsApp nasceu como um rival gratuito do SMS. Por que pagar por mensagem de texto se, na internet, a comunicação não tinha limites? Com o passar dos anos, o aplicativo ganhou recursos mais sofisticados, como a chamada de voz e de vídeo, as figurinhas animadas e a criptografia de ponta a ponta. O próximo passo seria no universo financeiro.
Foi o que aconteceu em 2021. Depois de experiência em outros países, o Facebook, dono do WhatsApp, conseguiu a autorização para operar um sistema de pagamentos dentro do aplicativo de comunicação. A novidade veio acompanhada de muito receio, em especial por causa dos inúmeros golpes que ocorrem dentro da plataforma. hdr_weak
Saiba como funciona o serviço
e como utilizar de forma segura
O WhatsApp Pagamentos é gratuito para pessoas físicas. Ou seja, enviar dinheiro para contatos não custa nada para os usuários. Além disso, assim como o Pix, a plataforma funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
É necessário fazer um cadastro. O usuário que deseja enviar ou receber recursos financeiros primeiro precisa se cadastrar no sistema, o que normalmente envolve passar pelo aplicativo oficial do banco no próprio smartphone. Este procedimento costuma levar alguns minutos, mas é fundamental para que tanto a instituição financeira quanto o Facebook confirmem que você é quem você diz ser.
O beneficiário da transação também precisa estar cadastrado. Caso ele ou ela não tenha uma conta associada ao WhatsApp Pagamentos, o dinheiro volta para o remetente depois de um dia.
Toda remessa de fundos no WhatsApp Pagamentos depende de um código numérico, também chamado de PIN. É impossível mandar dinheiro sem passar por esta camada de segurança. Smartphones mais modernos contam com a biometria, em que a impressão digital ou o rosto são capturados pelo celular para habilitar a transação. Estas informações não são repassadas via internet para o WhatsApp ou o Facebook.
Por questões de segurança, cada usuário de WhatsApp pode mandar no máximo R$ 1 mil por transação. Também há limite de R$ 5 mil movimentados num mês.
A tecnologia também serve para pagar produtos ou serviços, desde que não haja CNPJ envolvido. A expectativa é de que o WhatsApp amplie a base de usuários domésticos antes de liberar ferramentas voltadas a empresas.
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Quinta geração das tecnologias que possibilitam a comunicação sem fio entre dispositivos e antenas de telefonia tem tudo para acelerar a transformação digital no Brasil
Já aconteceu de você tentar mandar uma foto e descobrir que o celular perdeu o sinal? Esse é um dos desafios das telecomunicações no país: atender ao voraz apetite por transmissão de dados. Em 2021, as esperanças estão na internet 5G, um novo padrão que já desponta em outros países e que tem tudo para acelerar o processo de transformação digital no Brasil.
Conforme o nome sugere, 5G indica a quinta geração das tecnologias que possibilitam a comunicação sem fio entre dispositivos e antenas de telefonia. A promessa é de conexão mais de 25 vezes mais veloz do que no 4G, a atual geração de internet móvel.
O resultado final depende de cada localidade e de cada operadora. Ainda assim, trazemos aqui um exemplo prático: um consumidor que se conecta à internet wireless na velocidade de 25 Mb/s (Megabits por segundo, o famoso Mega) poderá atingir mais de 500 Mb/s na internet 5G.
Assim como em transições passadas no setor de telefonia, será necessário um dispositivo compatível com 5G. Hoje em dia, existem smartphones de ponta e intermediários com chip 5G. Aos poucos, o recurso começa a chegar aos celulares básicos. O mais provável é que a maior parte dos telefones vendidos no país tenha 5G num intervalo de cerca de cinco anos.
Os entraves regulatórios foram superados em novembro, quando o governo realizou o leilão das radiofrequências relacionadas ao 5G. Isto significa que diversas empresas poderão utilizar a transmissão de informações pelo ar para prover conexões mais estáveis e velozes. As principais capitais devem ter sinal 5G em meados de 2022. Será um projeto de longo prazo e a cobertura deverá aumentar para mais localidades do país ao longo de toda a década.
Tecnologia DSS
Enquanto o 5G em capacidade máxima não chega, algumas operadoras oferecem a tecnologia DSS. Existe muita discussão sobre se ela efetivamente representa transmissões 5G. Fato é que os consumidores com smartphones com selo DSS deveriam habilitar este serviço, pois poderão navegar em velocidades mais rápidas em alguns bairros e regiões.
O 5G é tratado pelo governo e pelo setor privado como a próxima evolução da internet. A maior velocidade de dados é apenas um dos benefícios. Também haverá menor latência – a demora entre sair de um determinado ponto da rede e chegar a outro. Será facilmente perceptível em chamadas de vídeo sem atraso entre as interações dos seus participantes. hdr_weak
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Velocidade
Tempo necessário para baixar um filme de 25 GB:
4G - 35 minutos e 47 segundos (100 Mbps)
5G - 21 segundos (10 Gbps)
Resposta mais ágil
Tempo de resposta entre dispositivos
4G - 50 a 70 milissegundos
5G - 1 a 5 milissegundos
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Tecnologia pretende transformar ambientes
on-line em espaços tridimensionais, onde
usuários terão experiência mais imersiva
Uma nova palavra ganhou as conversas de pessoas envolvidas com o mercado de tecnologia: metaverso. O assunto, aliás, é tão pujante que motivou a mudança de nome da empresa Facebook, que passou a se chamar Meta – a rede social azul continua se chamando Facebook. O que há por trás do metaverso? Até agora existe mais especulação do que fatos a respeito deste tema.
Os cabeças dessa área desejam construir a próxima evolução da internet. Hoje em dia interagimos com textos, fotos e vídeos que são exibidos numa tela que, na maioria das vezes, ainda replica o visual de um livro, uma revista ou um jornal. O metaverso consistiria na transformação dos ambientes on-line – costumamos chamar de “páginas” – em espaços tridimensionais, nos quais os seres humanos teriam uma experiência mais imersiva e fluida.
Pense num jogo de videogame. A pessoa coloca óculos de realidade virtual e passa a interagir com os elementos deste game, caminhar por seus cenários, conversar olho no olho com os personagens. Algo similar, mas sem a narrativa lúdica do jogo, seria resultado do metaverso.
Trabalho e diversão
São esperados muitos tipos de uso. Seria possível, por exemplo, participar de reuniões empresariais nas quais os colegas de trabalho são avatares em 3D. Ou então participar de brincadeiras e gincanas com os amigos que estão a quilômetros de distância. Sem falar no comércio eletrônico, com direito a muitos objetos virtuais, vestimentas e conteúdo para posicionar dentro dos espaços em 3D do metaverso.
Até agora ninguém sabe de que forma o metaverso irá se desenvolver, mas há muitas companhias investindo pesado para fazer parte deste possível futuro tecnológico. O mais provável é que se exija um capacete ou óculos capaz de transportar os usuários para este mundo, o que, por si só, já pode ser um entrave para o ingresso de participantes. hdr_weak
METAVERSO, A PRÓXIMA EVOLUÇÃO DA INTERNET
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Por mais que o usuário tente de diferentes formas, nem sempre o buscador fornece os resultados esperados; confira macetes
Fazer pesquisas no Google tornou-se praticamente uma tarefa diária na vida dos internautas. As buscas podem ser as mais variadas possíveis como uma receita nova para ser colocada em prática na cozinha, mais informações sobre determinada notícia, bibliografias para trabalhos acadêmicos, enfim, para qualquer finalidade.
Fato é que o buscador nem sempre fornece os resultados esperados, por mais que o usuário realize inúmeras pesquisas diferentes.
É claro que existe a possibilidade de o assunto ser muito específico e ter pouco material on-line disponível, mas a verdade é que o problema pode estar na forma como as buscas são feitas pelo Google. Toque no ícone abaixo para conferir as dicas que podem te ajudar. hdr_weak
6 DICAS PARA MELHORAR PESQUISAS NO GOOGLE
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Utilize aspas
Ao fazer uma busca por meio de uma frase no Google, o buscador pode retornar com resultados não tão assertivos. Por exemplo: ao pesquisar por como limpar a memória do celular (sem as aspas), o site pode exibir pesquisas que contenham as palavras (ou menos), mas em ordem aleatória. Já ao usar aspas na pesquisa “como limpar a memória do celular”, o Google procurará por resultados que contenham exatamente o trecho buscado, o que pode facilitar o processo de procura.
Use “e” e ”ou”
Quando se usa “e” para conectar duas palavras-chave nas pesquisas do Google, será estipulado para que os resultados exibidos contenham ambos os termos pesquisados. Já para limitar que os resultados contenham apenas uma das palavras pesquisadas, pode-se usar o conectivo “ou” entre os termos pesquisados.
Exclua termos da sua busca
Se pesquisar por “zoom” no Google, poderá encontrar informações sobre o app de videoconferências, o site que compara preços ou mesmo o zoom óptico de dispositivos. Uma grande confusão. Se você quiser evitar resultados sobre o aplicativo de chamadas, por exemplo, basta fazer a pesquisa por “zoom-meetings”.
A busca vai refinar as pesquisas e excluir resultados que contenham o termo a ser “ignorado”, que no exemplo citado foi o “meetings”.
Insira o asterisco
Caso não tenha certeza do que realmente esteja procurando ou queira explorar o algoritmo do Google ao máximo, vale usar “*” nos termos de pesquisa, já que o caractere funciona como uma espécie de coringa.
Ao digitar, por exemplo, “como criar * em casa”, o Google vai exibir resultados para criação de animais e plantas em casa.
BUSQUE POR SITE E EM
Se você procura por sites semelhantes a outras páginas que já tem em mente, pode digitar “site parecido com [nome da página]”. Também é possível refinar as pesquisas do Google para que o site apresente resultados do termo buscado apenas de uma determinada página.
Ao digitar “site:[endereço do site] `termo desejado’“, serão exibidos resultados apenas da página desejada.
Pesquise por tipos de arquivo
Você ainda pode pesquisar por tipos de arquivos específicos como imagens, vídeos, documentos em PDF ou apresentações. Basta digitar “filetype:[tipo do arquivo] ‘palavra-chave’“.
Por exemplo, se deseja buscar apenas por documentos em PDF que abordam o tema Covid-19, pode digitar “filetype:PDF covid19”.
Com essas dicas, pode ser mais simples e rápido encontrar o que procura.
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Comodidade gratuita oferecida em estabelecimentos pode custar caro se não for usada de forma segura
Conectar o celular ou notebook a uma rede Wi-Fi é uma ótima forma de economizar no plano de dados. Afinal, hoje em dia, é difícil ir a um local que não tenha essa opção gratuitamente. Dá para ficar conectado em redes disponíveis nos aeroportos, hotéis, shoppings, restaurantes, bares e até mesmo em praças e praias. Mas é seguro navegar na internet em todas elas? Nem sempre. Em redes abertas, por exemplo, criminosos podem ter acesso e roubar informações acessadas. Por isso, é importante seguir algumas recomendações para manter seus dados e seus aparelhos protegidos. Clique no ícone da foto para conferir as dicas.
Aumente a segurança ao usar redes Wi-Fi
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Redes abertas ou públicas
É bem bacana quando chegamos a uma cafeteria, hotel ou estabelecimento que tem uma rede sem fio para seus clientes, mas esta facilidade pode custar caro. Um cibercriminoso pode usar uma rede totalmente aberta como “isca” para atrair pessoas e monitorar as atividades, como sites visitados e até senhas digitadas, de quem se conectar. Mas mesmo as redes fechadas (com senha) podem trazer riscos, já que um criminoso pode simplesmente copiar o “nome” da rede (conhecido como SSID) e a senha de um Wi-Fi público já conhecido para fazer as pessoas se conectarem sem desconfiar. Assim, fique atento, principalmente ao utilizar serviços que têm informações sensíveis. O recomendado, nesse caso, é optar pelo 3G ou 4G nessas horas. Assim, elimina-se ao menos o risco de interceptação dos dados em uma rede infectada.
Acesso a sites seguros
Um cadeado verde na barra de endereços e um HTTPS no começo do endereço da página indicam que o acesso a ela usa a tecnologia de SSL (ou Secure Sockets Layer) na conexão. Na prática, isso significa que toda a comunicação entre seu navegador de internet (Chrome, Firefox, Edge, Opera e outros) e o computador onde a página está hospedada é criptografada. Assim, mesmo que o cibercriminoso intercepte a comunicação, vai se deparar apenas com conteúdo cifrado. Mas os níveis de proteção do HTTPS variam de acordo com o certificado atribuído ao site e à empresa que o emitiu, então mesmo a presença de um cadeado verde não é garantia de 100% de segurança.
Compartilhamento
de arquivos
Se você está usando um notebook e tem algumas pastas compartilhadas com a rede, o melhor a fazer é desativar esse recurso, pelo menos enquanto estiver conectado à rede Wi-Fi pública. Dessa forma, ninguém consegue acessar eventuais documentos sensíveis salvos no disco do computador. O recomendado é usar esse recurso de compartilhamento apenas em redes privadas.
Autenticação de dois fatores
Não somente no uso de redes Wi-Fi, é recomendado ativar a autenticação de dois fatores em todos os serviços da internet que oferecem esse recurso, pois ele adiciona uma camada extra de proteção às contas ao exigir, além da senha, um segundo código (gerado via app ou recebido por SMS) ou confirmação na hora de fazer login. Assim, caso os passos acima falhem e um cibercriminoso tenha conseguido sua senha, ainda vai precisar de algo além dela para conseguir acessar o perfil em uma rede social, por exemplo. Se, por exemplo, ele tiver a senha do seu e-mail, ele ainda vai precisar do código de verificação que só é recebido pelo celular.
Criptografia nos dados
Os serviços de redes virtuais privadas (VPN) “isolam” tudo o que você faz na internet de bisbilhoteiros, criptografando dados e informações trocados entre seu aparelho e um servidor na internet. Existem VPNs gratuitas bastante razoáveis como o Proton VPN, a do navegador Opera ou serviços pagos. Algumas ferramentas de antivírus pagos também oferecem soluções de VPN incorporadas ao aplicativo.
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Duas, três ou quatro câmeras: até celulares mais básicos evoluíram no quesito e trazem variadas opções para capturar imagens com mais qualidade
Os smartphones evoluíram a olhos vistos nos últimos anos. Antes eram pequeninos e lentos, sem aplicativos e sem uma penca de funções com as quais nos acostumamos. Também ficavam devendo em tecnologia fotográfica. Por anos a fio, tirar uma boa foto digital ainda dependia de câmera profissional, mais cara e pesada.
Tudo mudou. Atualmente, até mesmo os celulares mais básicos contam com interessantes opções para capturar fotos melhores. Sendo assim, a etapa seguinte é desbravar as muitas câmeras à disposição. Elas podem representar um bicho de sete cabeças para muita gente, mas não há motivo para tal.
Veja como tirar o melhor proveito de cada função na câmera do celular:
COMO USAR MELHOR AS CÂMERAS DO CELULAR
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Câmera principal
Normalmente, ela traz o sensor com maior capacidade de captura de megapixels. Esta câmera é ideal para fotos com poucas pessoas.
Câmera ultrawide,
ou grande angular
Este tipo de lente caiu no gosto do brasileiro por registrar uma parcela maior do cenário. Em termos práticos, o ângulo é maior, fazendo com que caiba mais coisa. Também é indicada para fotos de grupos maiores. Alguns smartphones abriram mão da câmera principal como conhecemos e trazem somente a ultra wide.
Teleobjetiva
Também chamada de câmera de zoom, nela o objeto a ser fotografado fica mais próximo. Esta é uma ótima opção para retratos, por exemplo, e funciona ainda melhor se o fundo ficar desfocado.
Sensor de profundidade
Presente em modelos mais básicos, este recurso também auxilia na criação de uma fotografia em que a pessoa se destaca e o restante do ambiente fica embaçado.
Câmera macro
Costuma capturar menos megapixels, mas pode ficar extremamente próxima do que será fotografado. É indicada para aqueles momentos em que o usuário deseja destacar mínimos detalhes, como o trançado de um tecido, as bolhas numa caneca de café ou os cílios dos olhos de alguém.
Visão noturna
Também chamado de Night Vision, este é um recurso que costuma aparecer à parte no aplicativo nativo de câmera do celular. Serve para registrar o céu à noite ou imagens em ambientes pouco iluminados. Fotos boas com modo visão noturna dependem de uma exposição maior para captar as minúcias daquele momento, o que se traduz numa necessidade de ficar com o smartphone firme nas mãos por alguns segundos.
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Com mais recursos e capacidade de armazenamento, smartphones não são baratos; Veja cuidados para preservá-los
Os celulares fazem parte do nosso dia a dia e com a inclusão de mais recursos e capacidade de armazenamento não ficaram baratos. Dessa forma, é interessante que possamos estender a vida útil destes pequenos computadores para preservarmos nosso investimento.
O armazenamento de energia da bateria, por exemplo, é um processo químico que naturalmente se desgasta e perde sua capacidade de guardar e fornecer carga. Para aumentar a vida útil dela podemos adotar alguns procedimentos simples e fáceis. Confira a seguir:
AUMENTE A VIDA ÚTIL DO SEU CELULAR
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Armazenamento interno
Normalmente, aplicativos e seus arquivos são
armazenados na memória interna do aparelho. Caso esse armazenamento fique cheio ou próximo do seu limite, o aparelho pode apresentar travamentos, lentidão e até mesmo impedir que seu telefone inicie o sistema operacional em casos mais extremos.
Ainda que os celulares de última geração possuam um grande espaço de armazenamento interno, é bom acompanhar o uso da memória interna. No caso de aparelhos Android, fotos, vídeos e arquivos podem ser movidos para o cartão de memória para liberar espaço na memória interna.
Cuidado com o ambiente
Ao levar seu celular para diferentes espaços,
é sempre importante tomar alguns cuidados para que seu dispositivo não fique exposto a elementos que podem afetar sua vida útil.
Calor é o grande inimigo do celular: evite exposição direta ao sol.
Cuidado com a umidade: evite lugares como banheiro, por exemplo. No entanto, alguns celulares classificados como IP68 são bastante resistentes à água e à poeira.
Atenção com a sua tela: não repouse objetos sobre seu celular e evite usar objetos pontiagudos contra a tela do aparelho.
Bateria
O grande vilão do desgaste prematuro das baterias
é a temperatura. Quando exposta a calor intenso, sua vida útil se deteriora rapidamente. Assim, evite deixar o celular ao sol, como dentro do carro, no porta-luvas ou no porta-malas.
Ao recarregar a bateria, é normal que o celular aqueça levemente. Dessa forma, evite fazer esse procedimento mantendo a capa protetora no celular. Isso prejudica a dissipação do calor e pode causar um superaquecimento do aparelho e da bateria.
Sempre use o carregador original de seu celular e, no caso de carregadores turbo, verifique a compatibilidade com o seu aparelho.
Outro detalhe que faz a diferença: usar o brilho da tela no máximo por longos períodos, além de diminuir a autonomia da bateria, provoca um aquecimento geral do aparelho.
Dispositivo atualizado
Os sistemas operacionais passam por atualizações
constantes, que têm como seu principal objetivo aprimorar a experiência do usuário, corrigindo eventuais falhas, melhorando o desempenho do aparelho e garantindo mais segurança para o usuário.
Sempre verifique se existem novas atualizações, que podem ser checadas no aplicativo de configurações do seu aparelho. Se possível, deixe o recurso de atualizações automáticas ativado, isto vai permitir que seu software seja atualizado em segundo plano durante períodos ociosos.
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São muitas as funcionalidades do acessório
que une uma peça tradicionalíssima com o
que há de mais moderno no mundo digital
Não há nada mais suíço do que um belo relógio convencional, certo? Ok, talvez o queijo suíço também mereça este título, mas, para fins de tecnologia, o relógio de pulso se tornou uma marca registrada daquele país. Ainda assim, hoje em dia a Apple já vende mais relógios do que toda a indústria suíça. Para chegar a este resultado, a empresa da maçã apostou na união de uma peça tradicionalíssima com o que há de mais moderno no mundo digital. Eis o surgimento do smartwatch.
O smartwatch faz muito mais do que marcar o tempo no local em que ele está. É capaz, por exemplo, de calcular o fuso horário e exibir as horas em diversas localidades pelo mundo – tudo de forma automática, já que normalmente ele está sincronizado com o smartphone do usuário e consegue se conectar à internet. hdr_weak
Para que serve
o smartwatch?
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Exibição de notificações
O smartwatch livra o usuário de dar aquela espiadinha na tela de bloqueio do smartphone para saber qual o teor da última mensagem que chegou ao WhatsApp. E quem não gosta de toda esta cobrança pode simplesmente desativar a função.
Controle de mídia
Dá para pular para a música seguinte ou controlar o volume da música que o celular está tocando. Alguns relógios smart têm armazenamento próprio para salvar arquivos de mídia.
Controle de câmera
Posicione o celular, afaste-se, diga “xis” e dispare a foto com o auxílio de um smartwatch.
Monitoramento do sono
Para dormir melhor, os sensores de movimento conseguem detectar a qualidade do sono do usuário. Alguns aplicativos até dão dicas para evitar noites em claro.
Detecção de queda
O sistema percebe que a pessoa sofreu um tombo e entra em contato com familiares para avisar do ocorrido. A depender do nível de sofisticação, o aparelho pode até mesmo ligar para a emergência e informar a localização do acidente.
Acompanhamento de SpO2
O nível de oxigenação do sangue é um importante indicativo do estado de saúde da pessoa. Diversos relógios já contam com esta funcionalidade. Apesar de interessante, ela é voltada à vida fitness e jamais deve ser encarada como um recurso médico ou hospitalar.
Controle de ciclo menstrual
Este aplicativo substitui o acompanhamento do ciclo menstrual com agendas, calendários e outras possibilidades analógicas. É possível até mesmo sincronizar as informações com plataformas que se dedicam a trazer dicas e orientações sobre o tema.
Monitoramento
dE atividades físicas
O smartwatch é o companheiro perfeito para a academia, caminhadas ou praticamente qualquer coisa relacionada com a vida fitness. Ele traz sensores que auxiliam no cálculo de gasto calórico. Diversos aplicativos também se valem da telinha para dar instruções sobre o treino em questão.
Existem diversos usos
para aparelhos deste tipo,
dentre os quais destacamos:
O que observar antes de escolher:
Quem busca por um smartwatch deve se atentar ao
tamanho da tela, ao tipo de conectividade, aos aparelhos celulares compatíveis com o produto e aos aplicativos nativos. Normalmente, é um caminho sem volta.
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Caso não sejam configuradas corretamente, golpistas podem se aproveitar de brechas para gravar rotina das famílias, fazer ameaças e até planejar assaltos
Na busca por segurança, muitas famílias instalam em suas residências câmeras de videovigilância para monitorar o que acontece dentro de casa ou o que auxiliar nos cuidados e proteção de seus filhos. Mas, infelizmente, em alguns casos não só os moradores têm acesso a essas imagens.
Muitas câmeras de segurança e equipamentos de babás eletrônicas, atualmente, estão inseguras e expostas à internet, seja por um erro de configuração, seja por uma falha no software do dispositivo, facilitando assim a invasão por cibercriminosos.
Há golpistas que se aproveitam dessas brechas para gravar a rotina das famílias. Depois de captadas as imagens, elas podem ser utilizadas para extorquir dinheiro, ameaçando divulgar seu conteúdo, ou mesmo para a preparação de um assalto, facilitando encontrar o momento de maior vulnerabilidade da casa para praticar algum crime.
Cuidados antes de comprar
Antes de adquirir qualquer aparelho, procure entender quais tipos de recursos de segurança existem nos equipamentos, as vantagens, desvantagens e riscos associados à sua necessidade específica.
Tenha cuidado com os modelos muito recentes. Usualmente, novos dispositivos são vendidos com falhas que ainda não foram descobertos por pesquisadores. Tente escolher dispositivos que tenham reputação comprovada.
Como melhorar a segurança
destes dispositivos?
Uma dica simples é alterar as senhas que vieram configuradas de fábrica de todos os equipamentos. O manual de instruções deve conter a informação de como fazer esse processo de forma adequada.
Verifique detalhadamente o modelo da câmera junto ao fabricante e se há alguma atualização que corrige problemas de segurança. Caso não tenha confiança para atualizar o sistema da câmera, o indicado é buscar a ajuda de um técnico de confiança.
Câmeras com acesso via internet
É comum usuários domésticos configurarem câmeras para que as imagens sejam vistas fora de casa. Esse tipo de recurso pode expor o conteúdo para invasores, caso não seja configurado corretamente. Infelizmente, não há um guia padrão para este tipo de configuração, ela vai variar de acordo com o equipamento e a internet do usuário. Para complicar a questão, muitos desses “passo a passo” não estão completos na internet, e se o usuário não souber exatamente o que está fazendo pode criar uma situação que o deixe vulnerável.
Por fim, na dúvida, se há o risco da câmera realizar uma filmagem de uma criança em condições vulneráveis, sugere-se desligar a câmera até que um técnico especializado possa avaliar e realizar os ajustes adequados. Fique atento a isso. hdr_weak
CÂMERAS E BABÁS
ELETRÔNICAS: VOCÊ
ESTÁ SENDO VIGIADO?
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Saiba como
habilitar
duas contas
do WhatsApp
no mesmo aparelho
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Se você tem um número pessoal e um para o trabalho, por exemplo, a função concentra tudo em um smartphone só
Muitos usuários precisam gerenciar duas contas do WhatsApp em um único celular para evitar carregar dois aparelhos ao mesmo tempo. Isso é plenamente possível, mas você vai precisar atender a algumas questões básicas, conforme pode conferir a seguir:
Caso você já tenha um aplicativo do WhatsApp instalado e em funcionamento no seu celular associado a um dos chips,veja como instalar a segunda conta:
1) Baixe e instale o app Parallel Space-Multi Accounts em seu smartphone Android.
2) Abra o aplicativo e você encontrará uma lista com todos os aplicativos instalados no seu aparelho que são compatíveis com o Parallel Space. Selecione os desejados. Nesse caso, selecione o WhatsApp e depois selecione-o novamente.
3) Agora, basta configurar o outro número do celular no segundo aplicativo do WhatsApp instalado dentro do Parallel Space. A conta secundária será aberta pelo Parallel Space, enquanto sua conta principal será aberta pelo próprio app do WhatsApp.
O que é necessário:
1) Ter um aparelho com dois chips (SimCard)
2) Ter uma linha ativa em cada um dos chips
3) Instalar o aplicativo Parallel Space-Multi Accounts. Com essa ferramenta você vai poder ter dois perfis do WhatsApp no mesmo celular. É importante deixar claro que esse app só está disponível para aparelhos Android.
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Digitalize documentos com seu próprio celular
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Precisa mandar algum arquivo digitalizado e está longe de uma copiadora? Saiba como escanear pelo smartphone
Os scanners são aparelhos grandes, caros e muitas vezes lentos feitos para digitalizar documentos. Ou seja, para converter um arquivo em papel para sua versão digital. Possuir uma ferramenta capaz de digitalizar documentos de forma rápida e prática é algo extremamente necessário, visto que nem todos os usuários possuem um scanner à disposição em suas casas.
Felizmente, esta é mais uma função desenvolvida pelos celulares de forma bastante satisfatória com a ajuda de alguns aplicativos. Confira três apps a seguir:
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CamScanner
O CamScanner, disponível para Android e iOS, é um app extremamente popular e pode ser considerado uma das melhores opções para aqueles que querem digitalizar documentos no celular. Ele permite escanear documentos, extrair o texto das imagens e até mesmo fazer pequenas anotações nos arquivos escaneados.
Uma outra funcionalidade do app é ser capaz de guardar e sincronizar vários conteúdos através de smartphones, tablets e computadores. Se você precisa acessar em dispositivos diferentes os arquivos digitalizados, o CamScanner pode ser uma excelente opção. Atenção para a versão do app pois alguns recursos estão disponíveis apenas na que é paga.
Office Lens
O Office Lens, também disponível para Android e iOS, é um poderoso app da Microsoft que tem como foco a digitalização de documentos. Um ponto positivo é que ele é bastante simples de usar, basta apenas abri-lo, tirar a foto ou carregar uma imagem do celular e fazer os ajustes do documento que você quer escanear.
Além disso, o app também é capaz de tornar as imagens mais legíveis, convertê-las para arquivos PDF, Word, PowerPoint e ainda salvá-las no OneNote ou no OneDrive.
SwiftScan
O SwiftScan é uma excelente opção para aqueles que querem digitalizar documentos e visualizá-los com máxima nitidez no computador. Além de ler QR Codes, o app permite criar digitalizações gratuitamente em PDF ou JPG e enviá-las para o Google Drive, Dropbox e outros serviços em nuvem. O aplicativo também está disponível tanto para Android quanto para iOS.
Os usuários da Samsung, por exemplo, não
precisam baixar um app extra para digitalizar
documentos, porque o app “Câmera” dos modelos
da linha Galaxy já faz isso de maneira nativa. Para acessar este recurso, basta abrir a câmera e clicar no ícone do “Otimizador de cena”. Então, ajuste a posição do documento, clique em “Digitalizar” e o documento ficará salvo na galeria do seu celular.
No caso dos iPhones, os usuários têm uma opção extra de app para digitalizar os seus documentos. O app Notas, nativo do sistema, além de ter a função de escanear, ainda permite que os usuários assinem documentos de maneira digital.
Com esse app, você ainda pode fazer anotações e desenhos, criar listas de verificação, acessá-las em vários dispositivos com o iCloud e muito mais.
Google também oferece funcionalidade
Aqueles que utilizam conta do Google Drive para salvar documentos podem utilizar o app, nativo em dispositivos Android, para digitalizar documentos também. E um ponto positivo é que o arquivo já ficará salvo na conta do Drive, permitindo que você acesse de qualquer dispositivo.
Para digitalizar um documento no Drive, basta clicar no ícone “+” no canto inferior direito, clicar em “Digitalizar” e selecionar um app para tirar a foto.
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Afinal, o que é o tão falado algoritmo?
Thássius Veloso
Espécie de roteiro com tarefas que devem ser executadas por sistema de informática, ele ordena os conteúdos que aparecem para você nas redes
De vez em quando surgem denúncias na imprensa de que uma determinada plataforma on-line está levando à radicalização de seus usuários. Normalmente, são pessoas que pesquisaram um determinado tema e, pelo mecanismo de sugestões automáticas do site, acabam caindo em conteúdos mais extremos sobre aquele mesmo tema. Costumam ser reportagens que mencionam um tal de algoritmo, palavrão que acaba afugentando algumas pessoas desta discussão.
O algoritmo em si não tem nada de maligno. No conceito mais clássico de Ciência da Computação, podemos dizer que algoritmo é um script, um roteiro com tarefas que devem ser executadas por um sistema de informática.
No caso das redes sociais existem diversos algoritmos que auxiliam numa série de atividades. Eles podem compreender os seus interesses e buscar anunciantes que supram aquela necessidade. Também podem buscar por erros de ortografia numa nova postagem, para que nada entre no ar sem a devida correção.
É inegável, no entanto, o poderio do algoritmo em ordenar os conteúdos que aparecem em feeds e em recomendações de temas similares. Ele é responsável por determinar quais fotos você vai ver na rede social, por exemplo. Recentemente, uma importante empresa deste setor contou que o algoritmo opera com dezenas de sinais, como as pessoas com quem você interage, quais são amigas recentes, em quais você deixou comentários, quais temas costumam te atrair mais, entre outros detalhes.
Feed viciante
Assim funciona o feed: compreendendo o seu uso e tentando prever o que te seduz, em termos de conteúdo. Eles normalmente são programados para maximizar a rentabilidade das propagandas on-line e para alimentar o seu vício por aquela rede social. A lógica aqui é de que quanto mais conteúdo interessante, belo ou convincente ela te mostrar, mais tempo você passará rolando pelo feed.
Risco de reforçar teses erradas
Existem diversas críticas quanto à maneira com que gigantes do setor estruturam seus algoritmos. Diversos estudos já comprovaram que estes sistemas acabam por oferecer conteúdo que reforça as teses de quem está pesquisando, ainda que sejam conceitos incorretos. Uma pessoa em dúvida sobre a Terra plana pode entrar numa espiral de vídeos sobre o tema e encerrar seu dia com a plena certeza de que o planeta é sustentado por seres místicos e que é preciso cuidado para não tropeçar do abismo de sua borda. Pura loucura.
A boa notícia é que organizações da sociedade civil têm se dedicado a cobrar mudanças em algoritmos que se mostram prejudiciais para os seres humanos como um todo. Elas exigem maior facilidade de auditar e testar a programação destes elementos tecnológicos. Na outra ponta, as empresas do setor têm reconhecido sua parcela de culpa – ainda que lentamente – e trabalhado para mudar este quadro – ainda que nem sempre o resultado seja o ideal. hdr_weak
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Como assumir o comando
De toda forma, o usuário precisa ter em mente que ele é capaz de instruir o algoritmo para que se comporte melhor. Redes sociais costumam oferecer botões para indicar falta de interesse por um determinado tema. Também permitem dar likes, favoritar e engajar com conteúdos que valem a pena. Os usuários deveriam se valer dessas ferramentas para ter um feed saudável, diverso e livre de preconceitos ou mentiras.
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VÍDEO É A NOVA FEBRE DAS REDES SOCIAIS
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Em princípio, pode parecer complicado, mas qualquer pessoa pode produzir conteúdo nesse formato, basta ter um celular
O principal executivo do Instagram pegou todos de surpresa ao dizer, em julho de 2021, que essa não é mais uma rede social de fotos. Quem acompanha o assunto de perto percebeu que ele só enfatizou o óbvio: com o passar dos anos, o Instagram caminhou para virar uma plataforma de entretenimento. E nela, vídeo é rei.
A rede social trilha o mesmo caminho do TikTok, uma invenção chinesa que expande em velocidade recorde e lidera rankings de aplicativos mais baixados. Lá estão conteúdos de consumo rápido, com poucos segundos, do jeitinho que a geração mais nova gosta.
Tamanha a importância do vídeo, o Facebook também já informou que esse tipo de mídia já representa cerca de metade da atividade de seus bilhões de usuários. Não restam dúvidas de que vídeo é o futuro das redes sociais.
Em princípio, pode parecer complicado, mas a verdade é que qualquer pessoa pode produzir material nesse formato. A primeira ferramenta, essencial nos tempos modernos, é o celular. Boa iluminação, microfone com fio e uma ideia na cabeça são os principais requisitos para embarcar nesta novidade.
Além disso, separamos alguns aplicativos que auxiliam na hora de gravar.
Unsplash
InShot
Editor de vídeos que permite cortar clipes, mudar a ordem dos vídeos, adicionar títulos, escolher músicas e aplicar efeitos. Normalmente é usado depois que o material bruto (ou seja, sem edição) está salvo na memória do smartphone. O usuário pode fazer as alterações e exportar o resultado final diretamente para sua rede social predileta.
CapCut
Da mesma empresa por trás do TikTok, o aplicativo serve para inúmeras funções, mas caiu no gosto dos influenciadores por gerar legendas automáticas para o que está sendo dito no vídeo. A prática de legendar o conteúdo tem ganhado adeptos, uma vez que estimula a inclusão e permite que mais pessoas – aquelas que não escutam – recebam a mensagem.
Apple Clips
O aplicativo exclusivo para iPhone é uma mão na roda para quem quer colocar a cara na tela, mas não gosta de mostrar o ambiente ao seu redor. O Clips faz o mapeamento da pessoa diante da câmera e aplica um fundo digital em 3D.
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5 DICAS PARA UM HOME OFFICE MAIS PRODUTIVO
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O que era tabu para muitas empresas, tornou-se medida de segurança na pandemia e agora é a realidade de muitos
Com a pandemia da Covid-19, o que era muitas vezes considerado tabu e um paradigma para as empresas se tornou a única alternativa para continuar com as portas abertas atendendo os clientes: o home office. Com o avanço da vacinação e a volta gradual às atividades presenciais, muitas empresas decidiram manter o formato remoto ou híbrido, de forma definitiva. Trabalhar de casa funciona e tem suas vantagens, mas também oferece muitos desafios. Confira a seguir dicas para tornar o trabalho mais produtivo:
1) Defina um espaço
para o home office
O passo inicial é separar um local tranquilo, confortável e isolado do restante da casa já que, nas horas em que você estiver trabalhando, não vai querer ser interrompido por assuntos domésticos. Uma dica que funciona para muitas pessoas “entrarem no clima” é vestir-se para trabalhar. Isso mesmo! Você não vai a lugar algum, mas estar com a roupa do trabalho ajuda a focar nas atividades. É claro que muitas pessoas não precisam desse detalhe, mas pode ajudar.
Também é importante conscientizar sua família de que não está disponível durante o expediente. Explique que se você estiver no espaço de trabalho, só deve ser interrompido em caso de real necessidade.
2) Ter uma rotina é importante
Uma das grandes vantagens do home office é a flexibilidade de horário, mas isso pode se tornar uma dor de cabeça. Por um lado tem a vantagem de conciliar sua atividade profissional com a vida pessoal, mas por outro lado, sem controle, o expediente pode começar às 7h e ir até as 22h, sem fazer pausas nem para as refeições.
A solução é estipular uma rotina diária, com horário para começar e encerrar o expediente. Para ajudar, acorde no tempo marcado, vista-se como se fosse trabalhar, tome um café e vá para seu espaço de trabalho de casa. Administre sua agenda como se estivesse presencialmente na empresa.
3) Ajuste a infraestrutura
A falta de infraestrutura foi um problema enfrentado por muitos profissionais que não tinham um espaço adequado para trabalhar em casa. Mesa e cadeira sem ergonomia apropriada, ventilação e iluminação precárias e acesso à internet inadequado foram alguns dos desafios de quem aderiu ao home office.
Dessa forma, é necessário montar um espaço com um mínimo de recursos para a execução do trabalho. Caso tenha mais de um computador, você vai precisar de uma rede para conectá-los. Se mobilidade ou flexibilidade são importantes, monte uma rede sem fio. Se preferir a solução tradicional, use cabos e um Switch. Outros equipamentos podem ser necessários para seu trabalho como scanners, impressoras ou copiadoras.
Não se esqueça de que é necessária uma boa instalação elétrica, estabilizada e aterrada, e em alguns casos um no-break, para “alimentar” tudo isso.
4) Fique atento em
relação à segurança
É normal que você tenha que acessar sistemas da empresa ou mesmo armazenar dados da corporação no seu computador. Então, instalar e manter atualizado um antivírus e trocar frequentemente a senha do Wi-Fi são recomendações básicas. Uma medida de segurança fundamental é a criptografia, seja no armazenamento dos dados no disco (Microsoft, Android e iOS já têm soluções nativas), seja para os dados que estão trafegando pela Interne (VPN).
5) Aproveite o tempo
que você ganhou
Já que você não terá de se deslocar até o escritório, aproveite o tempo extra para fazer exercícios, ler ou conversar com a família.
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TRUQUES PARA MANDAR BEM EM CHAMADAS DE VÍDEO
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Com a pandemia, videochamadas passaram a ser mais constantes; veja dicas que podem facilitar essa atividade no dia a dia
Sair-se bem no vídeo se tornou uma necessidade imposta pela pandemia. Com tantas pessoas trabalhando de casa, as videochamadas viraram uma constante na rotina de muitos trabalhadores. E a tendência é que as reuniões remotas se tornem parte da rotina mesmo com a volta ao trabalho presencial, ou híbrido, já que ajudam a encurtar distâncias e ganhar tempo. Existem diversos truques que ajudam a passar uma imagem de maior profissionalismo nos momentos em que a pessoa está diante de colegas numa reunião via internet. Confira clicando no ícone acima:
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1Posicione a câmera na direção dos olhos. Dessa maneira, o usuário não fica com a temida “papada” que normalmente ocorre ao posicionar a câmera mais abaixo. Por isso, o ideal é evitar notebooks, que normalmente ficam apoiados em mesas. Outra opção é colocá-los sobre um suporte – pode ser algo mais sofisticado, vendido em lojas de informática, mas uma pilha de livros já costuma ajudar.
2Luz é fundamental. Uma parcela relevante de chamadas de vídeo tidas como ruins seriam mais agradáveis se as pessoas se atentassem para a luz. Portanto, aproveite as janelas de casa para se posicionar diante delas. Seu rosto ficará luminoso. Evite ao máximo ficar contra a luz, pois o efeito final é de uma silhueta misteriosa em frente à câmera. Não por acaso, os ring lights se tornaram um sucesso neste período. Vale investir num aparelho desses caso a sua empresa decida permanecer em home office permanentemente ou de forma híbrida.
3O áudio também faz toda a diferença. A regra aqui é evitar o microfone nativo do computador, pois poucos são aqueles com verdadeira qualidade de captação. Dê preferência para os fones de ouvido. Pode ser com fio, desde que compatível com a saída de áudio da sua máquina, ou sem fio por Bluetooth, que dá mais flexibilidade para se movimentar pelo ambiente durante a chamada. Neste último caso, lembre-se ainda de checar se as baterias estão com carga.
4Lembre-se de atualizar o sistema de videochamada. Pode ser Skype, Zoom, WhatsApp, Google Meet ou qualquer outro aplicativo do tipo. Ninguém merece descobrir que há uma nova atualização bem na hora de começar a reunião. O ideal é aproveitar o início do expediente para averiguar se há uma nova versão de software disponível.
5Fuja de reuniões muito longas. Estar bem em frente à câmera gera tensão e ansiedade. Não é todo mundo que gosta deste tipo de atividade. Portanto, alguns estudos sugerem realizar reuniões mais curtas, entre 25 e 30 minutos, para que o encontro virtual seja verdadeiramente produtivo, mas sem excessos.
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TRUQUES PARA MANDAR BEM EM CHAMADAS DE VÍDEO
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O que é streaming
e como funciona?
Thássius Veloso
Serviço, que se baseia na transmissão individual da programação, cobra aparelhos atualizados e discernimento para escolher o que vale a pena assistir
Os mais antigos vão se lembrar do hábito de zapear pelos canais da televisão. A prática ficou tão comum, que virou até verbo. Não gostou daquela atração apresentada em tempo real? Um toque no controle remoto te levava para outro conteúdo.
A explosão da internet e dos dispositivos conectados colocou tudo de pernas para o ar. Há quem diga que estamos vivendo a era de ouro do audiovisual produzido com foco em exigentes espectadores do chamado streaming. Afinal, o que é isso?
Nossa primeira barreira é idiomática. A televisão e o rádio são mídias no estilo broadcast, em que uma transmissão é disseminada para muitas pessoas ao mesmo tempo. Por outro lado, o streaming se baseia na transmissão individual a um único aparelho – pode ser celular, computador, smart TV, videogame etc.
A lógica repete a boa e velha locadora de vídeo, em que os frequentadores escolhiam o que bem queriam ver. A diferença é que, na nossa atualidade, isso se dá de forma instantânea. O conteúdo chega via internet e não há necessidade de rebobinar antes de devolver a fita.
Já se fala até mesmo em guerra dos streamings, pois gigantes da mídia tentam abocanhar parcela deste mercado. Chegamos a tal ponto de ter que escolher quais plataformas fazem mais sentido na nossa rotina, a depender de quais filmes, séries e programas estão em cada catálogo.
São muitas opções com “Play”, “Plus” ou “Max” no nome, entre outros nomes rebuscados. Fato é que, se for somar as mensalidades de todas elas, há de se desembolsar um bom dinheiro para manter acesso aos principais conteúdos, que se pulverizam aos poucos.
O streaming é assim: dá mais opção, conveniência, vídeo de alta qualidade e inúmeras produções. Mas cobra aparelhos atualizados, discernimento para escolher o que vale a pena ser assistido, e certa dose de cautela ao decidir em quais serviços o consumidor colocará seu rico dinheirinho. hdr_weak
Uma curiosidade
Convencionou-se no mercado recomendar conexão de pelo menos 25 Megabits por segundo (ou Mb/s, o famoso mega) para rodar bem um aplicativo de streaming de vídeo com alta definição. Esteja ciente disso na próxima vez que negociar com sua prestadora de internet.
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