EDITORIAL
Foi de repente, sem nenhum planejamento prévio, que as escolas e universidades públicas e privadas tiveram que suspender as atividades presenciais e repensar completamente seu modelo de ensino. A necessidade do isolamento social desafiou professores, alunos e instituições de ensino, provocou mudanças na dinâmica das aulas e incorporou, de forma definitiva, a tecnologia ao processo de aprendizagem.
O ensino remoto contribuiu para que houvesse uma aceleração no uso de ferramentas tecnológicas. O quadro e o piloto deram lugar às telas. E os cômodos da casa viraram verdadeiras salas de aula. A adaptação levou tempo, mas, aos poucos, tem sido superada. Agora, com o retorno gradual das aulas presenciais em todo o país, a discussão por novas metodologias de ensino ganha um novo capítulo: o ensino híbrido.
A implantação desse modelo envolve uma mudança nas aulas centradas na exposição de conteúdo no quadro e coloca o professor como um grande mediador, que planeja e desenha como cada momento será utilizado na sua potência. A introdução, no dia a dia, é uma resposta positiva para a renovação da forma tradicional de ensino que vinha sendo aplicada no país.
A revista digital Educação Pós-pandemia, Desafios e Soluções traz a superação dos pais na alfabetização dos filhos à distância, o uso da tecnologia no ensino remoto e como os professores se reinventaram para continuar levando conhecimentos aos alunos. Nas próximas páginas, acompanhe, também, como as instituições de ensino superior se organizaram e investiram em plataformas digitais e infraestrutura para continuarem relevantes. done_all
Boa leitura!
Marcelo Soares
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EDIÇÃO
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FOTOS
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DESIGN
Geraldo Netto
PUBLICAÇÃO DIGITAL
SUMÁRIO
TECNOLOGIA
UNINASSAU
ALFABETIZAÇÃO
FPS - FACULDADE
PERNAMBUCANA
DE SAÚDE
REINVENÇÃO
Educação e tecnologia:
a adaptação do ensino na pandemia
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O isolamento social trouxe
desafios e acelerou a incorporação
de novas estratégias de ensino
e aprendizagem
Educação e tecnologia:
a adaptação do ensino na pandemia
A pandemia proporcionou a todos um momento de reflexão sobre os caminhos a serem traçados em vários âmbitos da vida. Um deles, foi a educação. Durante o período de restrições e de isolamento social, o formato tradicional de ensino teve que ser reformulado e a tecnologia passou a ser uma aliada de extrema importância nesse processo. Se antes da chegada da Covid-19 o uso dela nas salas de aula era uma pauta bastante discutida, a chegada do coronavírus mostrou que o investimento em infraestrutura, formação de professores e familiaridade dos estudantes com atividades on-line são essenciais e um caminho sem volta.
O professor de física Isaac Soares, acostumado com as aulas no modelo tradicional, precisou se reinventar para atender às necessidades do aluno no ensino remoto. E nesse processo, o simples ato de estar posicionado diante da câmera precisou ser estudado. Mas, ao passo que a dinâmica foi definida, o mundo de possibilidades e recursos que a tecnologia permite incorporar à aula fez toda a diferença. “No online, a gente consegue ser muito objetivo e utilizar ferramentas digitais que auxiliam no aprendizado, diferentemente de quadro e piloto e do projetor”.
Percepção compartilhada com a também professora Sarah Biggers, que identifica muitos pontos positivos em meio ao desafio das aulas nos ambientes virtuais. “O ensino online deu a possibilidade da escola ir além do conteúdo básico curricular. Trouxemos mais pesquisas, filmes, debates, palestras… Acho que a maior lição que podemos tirar é que precisamos nos adaptar a uma educação mais diversificada e abrangente, para que não tenhamos prejuízo no aprendizado”.
A estudante Clara Amorim, de 26 anos, voltou aos estudos quando os primeiros casos da Covid-19 foram identificados no Brasil e acompanhou toda essa transição do modelo presencial para o ensino remoto. O curso de pós-graduação precisou ser feito de casa e os desafios do começo logo foram superados. “A educação à distância foi uma possibilidade que a instituição me proporcionou para, diante de um contexto tão desafiador, estudar e acelerar minha vida profissional. Depois disso, um leque de possibilidades foi aberto e, hoje, sou muito adepta ao ensino à distância. Fico no conforto da minha casa sem precisar alterar minha rotina, economizo tempo e dinheiro sem deslocamento e consigo conciliar a rotina de estudos com o dia a dia do trabalho. Faço diversos cursos que me permitem ser uma lifelong learner e aprender algo novo constantemente. Hoje, eu sei que eu não preciso estar presente fisicamente em nenhum lugar para adquirir conhecimento”, comenta a estudante.
O modelo de aprendizagem presencial, dentro de uma sala de aula, com cadeiras enfileiradas, não é mais o único meio capaz de prover a educação necessária para o aluno. O modelo remoto veio para ficar e tem se mostrado capaz de contribuir para a formação do estudante tanto quanto o modelo presencial. “As pessoas têm uma impressão de porque está acontecendo de forma virtual, online, tem menos valor, menos conteúdo. Isso não é verdade. É tão possível aprender no espaço virtual quanto no espaço concreto das interações físicas”, explica o pesquisador e professor emérito do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Silvio Meira.
“Vamos deixar uma pergunta no ar: O que acontece daqui pra frente, imaginando um mundo sem pandemia, se eu faltar a uma aula? Será que ela não deveria estar gravada em algum lugar? Eu não pude ir porque tinha outro compromisso, fui para o médico, por causa de alguma razão. Será que a gente vai voltar para um estado meramente físico da escola, da sala de aula, do processo de aprendizado? Eu acho que a gente não deveria. Eu acho que os sistemas devem se preparar para isso. Para daqui pra frente a educação será digital”, reflete Silvio Meira. done_all
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As pessoas têm uma impressão de porque está acontecendo de forma virtual, online, tem menos valor, menos conteúdo. Isso não é verdade. É tão possível aprender no espaço virtual quanto no espaço concreto das interações físicas”
Silvio Meira
Pesquisador e professor emérito
do Centro de Informática
da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE)
Um leque de possibilidades foi aberto e, hoje, sou muito adepta ao ensino à distância. Sei que eu não preciso estar presente fisicamente em nenhum lugar para adquirir conhecimento”
Clara Amorim
Estudante
No online, a gente consegue ser muito objetivo e utilizar ferramentas digitais que auxiliam no aprendizado, diferentemente de quadro e piloto e do projetor”
Isaac Soares
professor
O ensino online deu a possibilidade da escola ir além do conteúdo básico curricular. Nós professores, trouxemos (para dentro da sala de aula) mais pesquisas, filmes, debates, palestras…”
Sarah Biggers
Professora
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Projeto Ubíqua
transforma salas de
aula da UNINASSAU em
um ambiente imersivo
com foco no mercado
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Conectividade, interdisciplinaridade
e experiências pautam o projeto
nos seus processos educativos
híbridos
Ensino remoto. Entre as diversas mudanças que a sociedade precisou se adaptar nos últimos meses com o coronavírus, manter a qualidade do ensino e o corpo discente focado, mesmo a distância, não foram tarefas fáceis. No entanto, para as empresas que têm a conectividade no seu modo de pensar, a rapidez na adaptação, aliada às práticas pedagógicas focadas nos alunos, fizeram a UNINASSAU ganhar destaque com o lançamento de projetos como o Ubíqua.
“‘Educação em toda parte por meio da conectividade’, essa é a premissa do Projeto Ubíqua, que é projeto de design de educação e experiência do aluno em ambientes imersivos e remotos do grupo Ser Educacional. O Ubíqua significa a ampliação de espaços de ensino-aprendizagem, utilizando a tecnologia digital para levar conhecimento a toda parte, em tempo real e integral. Além disso, por meio da conectividade, as distâncias geográficas desaparecem e mestres e doutores de relevância nacional e internacional participam da formação acadêmica dos estudantes sincronicamente”, detalha a diretora acadêmica do grupo Ser Educacional, Simone Bergamo.
A participação de professores de outros estados ou países, mencionado por Bergamo, também integra o Ubíqua com o título de Projeto Navega. Isso acontece porque as experiências que o Ubíqua oferece aos estudantes são desenvolvidas por meio de diferentes projetos que acontecem de forma simultânea, fortalecendo a conectividade que se busca e a relação direta da teoria com a prática - oferecendo uma formação direcionada ao mercado de trabalho.
Na prática, o impacto é ainda mais expressivo. Para a estudante do curso de Direito da UNINASSAU, Fernanda Vilas Bôas, a troca de experiências e network aprendidos na sala de aula virtual são diferenciais que contribuem para sua formação. “O que mais se destaca neste projeto é a oportunidade que nós alunos temos de poder ter aulas com profissionais renomados e que estão no mercado em outras localidades, podendo trazer cases diferentes da nossa realidade local e nos preparando para qualquer cenário. Pude notar que este projeto só veio contribuir positivamente, pois, como ainda estamos com aulas remotas, com outro professor podemos aprender outra didática e complementar o dia a dia”, comenta a estudante.
Além do Navega, o Ubíqua fortalece e aprimora as possibilidades já existentes de ensino com os projetos Ser Sponsor; PHD Compartilha; Notável Mestre; Ser + Empreendedor; Ser Prepara; Singular Tech School; Ser Experience; Ser Campeão; CRIA; Escola de Negócios e OSGA. Todos projetos pautados na experiência interdisciplinar e tecnológica, com práticas e vivências voltadas para o mercado de trabalho, que possibilitam a formação de maneira mais completa aos graduandos do grupo Ser Educacional.
“Com o Ubíqua, o Ser Educacional, cuja marca e missão tem sido a de inovar em processos de ensino e aprendizagem e sair na frente no quesito inovação tecnológica, assume posição de vanguarda entre as instituições de ensino superior do país. Com isso, ser multiplataforma na educação atual implica saber transitar em toda e qualquer parte, significa estar e se informar em todos os ambientes, expandir seu alcance presencial ou remoto. O Projeto Ubíqua sintetiza essas reconfigurações do ensinar e aprender, sempre pautando no potencial das conexões e de processos educativos híbridos”, finaliza a diretora Simone Bergamo. done_all
Navega
Possibilita a participação direta de alunos e professores de instituições internacionais em disciplinas específicas, remotamente, em tempo real.
Ser Sponsor
Proporciona aos cursos de graduação uma aproximação com o mercado, a partir da possibilidade de ter uma pessoa referência de mercado e da área do curso.
PHD Compartilha
Reforça a experiência do aluno junto às atividades de pesquisa.
Notável Mestre
Troca de experiências com professores convidados que são referências no mercado, nas redes sociais e no âmbito dos estudos acadêmicos.
Ser + Empreendedor
Permite aos alunos a apresentação de ideias e, para isso, recebem investimentos por meio do centro de inovação Overdrives.
Ser Prepara
Atividades de aceleração e preparatório para exames nacionais e profissionais. Por exemplo, OAB e demais órgãos de entidades.
Singular Tech School
Academia de aceleração para as áreas de tecnologias e também para as diversas áreas do conhecimento.
Ser Experience
Experiência imersiva de aprendizagem ao aluno a partir de aulas, demonstrações, visitas guiadas, desafios interativos virtuais a partir do espaço remoto de todos os lugares do país.
Ser Campeão
Cases de sucesso, superação e inspiração dos alunos e egressos das unidades que integram o grupo Ser Educacional.
CRIA
Apoio direto às ideias empreendedoras e formatação da primeira etapa do empreendedorismo, em que a formatação da ideia inicial empreendedora volta-se aos alunos da graduação e pós-graduação.
Escola de Negócios
Formação remota e digital de empreendedores e intraempreendedores.
OSGA
Festival acadêmico de vídeos universitários que tem o objetivo de ampliar e potencializar a produção de audiovisual universitário no país.
Conheça os projetos do Ubíqua:
Por meio da conectividade, as distâncias geográficas desaparecem e mestres e doutores de relevância nacional e internacional participam da formação acadêmica dos estudantes sincronicamente”
Simone Bergamo
Diretora acadêmica
do grupo Ser
Educacional
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Conectividade, interdisciplinaridade
e experiências pautam o projeto
nos seus processos educativos
híbridos
Adaptação precisou
ser regra durante
a alfabetização no
ensino remoto
Crianças, famílias e escolas passaram por novos formatos de aprendizagem. Volta ao presencial trouxe novas possibilidades
Acorda; organiza a criança; leva para a escola; busca na escola; faz a tarefa de casa… o dia a dia de quem tem criança na família é marcado por diversas atividades. Mas, no último ano, essa rotina deu lugar aos computadores e às aulas remotas, devido à pandemia. A professora e mãe de Tom, Jeannine Barbosa da Silva, sentiu essa diferença, principalmente no período de alfabetização do filho.
“O processo de alfabetização de Tom já vinha acontecendo há bastante tempo, para falar a verdade. Desde muito pequeno ele tinha acesso a histórias, livros, brinquedos e brincadeiras que envolviam letras e histórias. A pandemia culminou na alfabetização, talvez, por ser professora do município com aulas remotas 100%, pude acompanhá-lo integralmente e ajudá-lo nas adaptações em suas aulas e atividades”, conta a professora.
Tom tinha aula todos os dias, mas apenas uma hora. Mesmo com a mãe sendo professora e dando esse suporte a mais, o desafio foi enorme. “A maior dificuldade que senti, além do meio em que ele se encontrava com muitos estímulos, quarto com brinquedos e objetos, a novidade de ter acesso ao computador. Desde cedo evitamos o contato com telas e assistir às aulas, no início, foi bem difícil. As ferramentas disponíveis na plataforma o faziam dispersar. Além do contato com as outras crianças pelo computador, que era uma novidade”, detalha.
Ficar atenta a esse acompanhamento foi um ponto muito importante durante a alfabetização de Tom. E essa atenção a como a alfabetização foi afetada, pois as aulas online interferiram na dinâmica de ensino das escolas, foi um dos pontos levantados pelo psicólogo clínico, escolar e neuropsicólogo Janio Climaco em relação aos impactos da pandemia na alfabetização.
“Houve uma dificuldade imensa, por mais que as escolas tenham tentado, mas de alguma forma a dinâmica foi quebrada e um novo estilo foi introduzido na aprendizagem. Lembrando que a aprendizagem não está relacionada apenas ao que o professor passa para os alunos, mas a dinâmica escolar em relação ao que a criança visualiza na escola, nos quadros, nas paredes, ao redor do ambiente escolar, como também no relacionamento com os colegas. Isso tudo faz parte do processo de aprendizagem da criança e também foi afetado”, pontua.
As mudanças e dificuldades foram nítidas para todos. Investir em adaptação e suporte foram pontos fundamentais para as escolas, complementa o psicólogo. “A escola precisou se adaptar e disponibilizar todo o suporte necessário para o ensino. A escola continua sendo a facilitadora do conhecimento e se ela não faz isso de maneira abrangente, se adaptando, ela não terá como gerenciar as atividades e o conhecimento do processo educativo, como também o acompanhamento junto às famílias”, finaliza.
ADAPTAR PARA ACOMPANHAR
Nesse processo de alfabetização de forma remota, a volta ao presencial - totalmente ou parcialmente - ressaltou a importância do papel das escolas na construção crítica e social dos cidadãos. As dificuldades enfrentadas precisaram ser administradas de maneira que a educação continuasse como prioridade.
“As escolas da rede pública não estavam plenamente preparadas para o ensino remoto. Algumas redes criaram plataforma própria. À medida que o período pandêmico ia avançando, os professores se reinventaram na produção de vídeos e aulas remotas usando, principalmente, a rede social Whatsapp. Para as crianças que não tinham conectividade à rede, os professores preparavam atividades físicas impressas ou manuscritas e as entregavam aos pais ou responsáveis. Ou seja, cada escola organizou uma forma de se fazer chegar até a criança”, detalha Ana Selva, secretária executiva de Desenvolvimento da Educação do Estado.
A secretária ressalta a importância da volta ao presencial, com as medidas de saúde e segurança sejam cumpridas. “Estas ações são importantes, mas não substituem a necessidade do professor mediando o processo de alfabetização. Assim, é fundamental o retorno presencial para dar continuidade às aprendizagens”, complementa.
ESCOLA RESGATA
Na busca por oferecer uma educação de qualidade e fazer com que os estudantes consigam acompanhar a lacuna criada com o ensino remoto, no bairro de Peixinhos, em Olinda, o diretor da Escola Municipal CAIC Profª Norma Coelho, Francisco Oliveira, iniciou na instituição o projeto Escola Resgata.
“O projeto surgiu da dinâmica da escola, da necessidade que a gente identificou, após o retorno presencial, de fazer com que essas crianças que não estavam participando do ensino remoto, ou estavam, mas com dificuldades, voltassem para escola. Então, a Rede de Olinda desenvolveu um projeto com a mesma intenção e dentro desse projeto outras ações foram repercutindo”, lembra o diretor, que pontua sobre a importância para a escola.
“Nós desenvolvemos essa ação local para tentar mobilizar a comunidade de Peixinhos, que é onde a escola está, então, o objetivo foi identificar a necessidade que a escola tinha de fazer com que essas crianças voltassem para o presencial e desencadear um conjunto de ações locais que impactam diretamente nessa aprendizagem”, completa.
O Escola Resgata iniciou com foco nas crianças do 2º e 5º ano, pois foram as primeiras a voltar ao presencial na instituição, e foi se estendendo para todas as outras turmas, conforme o retorno ao presencial foi realizado.
“A gente percebeu que era fundamental que esse estudante que não participaram de nenhuma atividade, nem mesmo remota, voltassem o quanto antes à atividade presencial para que na escola nós pudéssemos fazer uma anamnese da situação da criança, identificar o nível de desenvolvimento e aprendizagem que ela está e o déficit de escrita e leitura, de matemática e nas outras disciplinas. A partir daí, montamos um plano de ação para tentar atender essa demanda dessas crianças. Para nós, essa volta foi fundamental porque impacta diretamente no desenvolvimento da aprendizagem do estudante”, complementa. done_all
A aprendizagem não está relacionada apenas ao que o professor passa para os alunos, mas a dinâmica escolar em relação ao que a criança visualiza na escola, nos quadros, nas paredes, ao redor do ambiente escolar, como também no relacionamento com os colegas”
Janio Climaco
Psicólogo clínico,
escolar e
neuropsicólogo
Para a gente, essa volta [ao presencial] foi fundamental porque impacta diretamente no desenvolvimento da aprendizagem do estudante”
Francisco Oliveira
Diretor da Escola Municipal
CAIC Profª Norma
Coelho
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FPS investe em infraestrutura
e base curricular
diferenciada para
formação de
profissionais de
educação física
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Com experiência de mais de
15 anos de formação na área
de saúde, a FPS estruturou
a graduação com olhar para
o aluno e para a realidade do
mercado de trabalho
O tema saúde nunca esteve tão em alta. A chegada da pandemia em 2020 contribuiu para que muitas pessoas repensassem o modo de vida e a forma como vinham cuidando do próprio corpo. Um estudo do Google mostrou que nesse período aumentou, de forma expressiva, o interesse do público por atividades individuais. As buscas por exercícios em casa cresceram mais de 100% e o interesse por ciclismo e natação, por exemplo, aumentou 144% e 230%, respectivamente. Ao passo que esse levantamento traz dados positivos sobre a preocupação das pessoas com a saúde, ele revela um comportamento que pode ter um efeito reverso, com a realização do exercício físico sem a orientação de um profissional habilitado. Para isso, existe a figura do profissional de educação física, que une expertise em saúde com conhecimentos fisiológicos, pedagógicos, sociais, psicológicos e do movimento humano.
É acompanhando o movimento desse comportamento da sociedade e a necessidade cada vez maior de profissionais qualificados, que a Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) vem investindo no curso de Educação Física, com diferenciais que acompanham a instituição desde a sua fundação, no ano de 2005. “O profissional de educação física é de extrema importância para a promoção da qualidade de vida da população, além de auxiliar no modo como uma vida ativa pode ajudar a prevenir e tratar diversas doenças. Por isso, investimos para que nossos estudantes sejam profissionais únicos no mercado. Oferecemos aos alunos o máximo de conhecimento prático possível durante o seu período de estudos e, assim, eles já se formam preparados para o dia a dia de trabalho por meio de um conhecimento consolidado”, comenta Raphael Perrier, coordenador do curso de Educação Física da FPS.
Um levantamento do Instituto Ipsos, terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo, apontou que o Brasil lidera o ranking de países com menor adesão às atividades físicas. De acordo com a pesquisa, realizada em julho deste ano, o brasileiro gasta, em média, apenas três horas por semana na prática de atividade física, o que é metade da média mundial, que são seis horas por semana. Em paralelo, tem-se visto um crescimento no país da vida fitness incentivada por influencers e personalidades, que falam sobre atividade física, alimentação e outros aspectos que auxiliam na qualidade de vida sem contar, muitas vezes, com uma base acadêmica.
Para o coordenador do curso de Educação Física da FPS, Raphael Perrier, é por esse e outros motivos que se faz necessária a atuação do profissional formado junto à sociedade, ajudando a entender a importância da vida ativa para a saúde, bem como a melhor maneira de realizar essas atividades. "Criamos a nossa base curricular pensando nas necessidades que o aluno terá no seu dia a dia profissional. Na FPS, os estudantes têm a opção de se formar em bacharelado ou licenciatura, e cada uma delas conta com um núcleo específico, para que ele se aperfeiçoe nas atividades da área", reforça.
O estudante que concluir a graduação em Educação Física tem à disposição um leque enorme de opções de atuação no mercado, que vai desde pesquisa, até recreação, passando por esportes, reabilitação, ensino, ginástica laboral, dentre outras. E tão diversa quanto essas áreas de trabalho, são as especializações. O curso permite ao profissional aprofundar os estudos em reabilitação cardiometabólica; fisiologia clínica do exercício; treinamento e gestão esportiva; biomedicina aplicada ao esporte e saúde; gerontologia e treinamento físico; treinamento de força aplicado; performance e saúde; bioquímica do exercício; e muito mais.
O CURSO
Com a experiência de mais de 15 anos de formação profissional e acadêmica na área de saúde, a FPS estruturou o curso de Educação Física com uma grade curricular pensada no aluno. Na graduação é utilizado o método TBL (Team Based Learning) de ensino. Por meio dele, os estudantes aprendem juntos e em equipe, bem como adquirem conhecimento prático na área.
Outra metodologia aplicada é a ABP, que estimula o pró-aprendizado dos estudantes, bem como o seu aprimoramento pessoal. “Esse tipo de metodologia já prepara o aluno para o mercado, em que ele será exposto a diversos problemas e precisará elaborar soluções práticas e eficientes para obter os melhores resultados.”, pontua Perrier.
Pra garantir excelência no ensino e certificar que o aluno vai sair um profissional diferenciado, a FPS oferece estrutura de ponta também nas atividades práticas do curso de Educação Física, com ginásios e laboratórios. "Oferecemos diversos módulos práticos para que os estudantes tenham o seu conhecimento bem fundamentado e orientado para o mercado de trabalho, e tudo isso é amparado por uma infraestrutura moderna em nossos laboratórios especializados", finaliza Raphael Perrier.
Para ingressar na FPS, e garantir uma das 120 vagas ofertadas anualmente, o estudante precisa fazer um vestibular interno. Ele também pode utilizar a nota do ENEM ou concorrer a uma bolsa no PROUNI como maneira de garantir uma vaga no curso. Para auxiliar a finalização dos estudos, a FPS aderiu a programas de incentivo ao estudo, entre eles o FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior); o CredIES, opção de crédito feita pelo Fundacred; e o Crédito Universitário Bradesco. Todas as informações estão disponíveis no site: processoseletivo.fps.edu.br. done_all
O profissional de educação física é de extrema importância para a promoção da qualidade de vida da população. Por isso, investimos para que nossos estudantes sejam profissionais únicos no mercado. Oferecemos diversas aulas práticas para que eles tenham o seu conhecimento bem fundamentado”
Raphael Perrier
Coordenador do
curso de Educação
Física da FPS
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Educação
pós-pandemia:
mais adaptados e
à vontade com o mundo
digital, professores
reinventam magistério
Os professores perceberam que
a aula antes limitada ao espaço
físico de uma sala pode ganhar
outras ferramentas e dimensões
Professores aprenderam na marra a usar a tecnologia por causa do ensino remoto exigido pela pandemia de covid-19. Com o avanço do número de casos e mortes da doença, escolas foram fechadas, em Pernambuco, em março de 2020 e só reabertas, gradualmente, sete meses depois, em outubro. Se no primeiro momento o sentimento foi de apreensão diante do novo, agora os docentes estão mais adaptados e à vontade com o mundo digital. A despeito da falta de recursos e formações, eles se reinventaram no magistério. E perceberam, somente agora na segunda década do século 21, que a aula antes limitada ao espaço físico de uma sala pode ganhar outras ferramentas e dimensões fora do ambiente escolar.
“O maior aprendizado, para o sistema educacional como um todo, e para os professores em particular, foi que a gente consegue aprender coisas muito diferentes rapidamente. Se pensássemos em um desenho onde iríamos nos preparar para fazer o que os sistemas de educação, público e privado, fizeram durante a pandemia, era um processo talvez que durasse 10, 15, 20 anos. E levou alguns meses. Então é possível aprender coisas novas muito rapidamente, do ponto de vista sistêmico, se houver motivação, necessidade, demanda”, destaca o pesquisador e professor emérito do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Silvio Meira.
Para ele, a pandemia deixou claro para a sociedade que o aprendizado acontece tanto no espaço virtual quanto no físico. “As pessoas, incluindo aí os professores, usam redes sociais e têm um repertório muito grande de comportamento, nas dimensões digital e social. O que não estava sendo exercitado, porque o sistema não demandava, porque talvez a gestão do sistema não facilitava e não habilitava, era a criação de oportunidades de aprendizado, a criação de laboratórios virtuais”, complementa Sílvio Meira.
APRENDIZADOS
Dos 68 anos que já viveu, a professora de matemática Débora Meneghetti contabiliza 46 em sala de aula, local que sempre a deixou muito à vontade. Mas a transição para o modelo online não foi simples. Em maio do ano passado, no primeiro mês de ensino remoto nas escolas da rede privada de Pernambuco - em abril houve as férias antecipadas de julho - Débora chorou diante de uma turma do ensino médio. Na sua primeira aula virtual, não conseguiu compartilhar, com seus alunos, um arquivo que havia preparado. Ficou nervosa mas contou com a solidariedade dos estudantes. Uma das alunas a ajudou a resolver o problema.
“Embora eu dê aula há mais de 40 anos, foi como se eu tivesse começando novamente como professora. Porque eu estava usando um método de dar aula que nunca tinha utilizado e não havia pensado em usar. Uma situação completamente nova que caiu no meu colo e eu tive que me virar porque a gente não tinha alternativa. Era isso ou não era nada e todos nós tivemos que correr atrás”, diz Débora, que leciona no Colégio GGE.
“Uma das principais características do professor é aprender, é estudar. Então a gente teve que fazer isso muito rapidamente. Estudei sobre ensino híbrido, pesquisei recursos que tinha à minha disposição para poder dar a melhor aula que eu conseguisse para o meu aluno. É isso que o professor pretende fazer sempre”, afirma Débora, com a certeza de que suas aulas não voltarão mais ao modelo tradicional. “O ensino híbrido veio para ficar e isso é muito bom”, atesta Débora.
ESTÚDIO
Do quarto de casa, de forma improvisada, o professor Henrique Nelson, 39, ensinou história para seus alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Octávio Meira Lins, no Vasco da Gama, Zona Norte do Recife, até maio deste ano. Depois passou a integrar um time de 45 docentes que gravam aulas em quatro estúdios montados pela Prefeitura do Recife. Os conteúdos fazem parte do Programa EducaRecife, lançado no final de junho. Os assuntos são repassados por canais de TV e pelo Youtube.
“Primeiro foi o desafio de montar uma estrutura em casa para dar aulas remotas e adaptar a linguagem para passar os assuntos através das câmeras. Foi um temor muito grande, um nervosismo”, conta Henrique. Agora, além de estar mais habituado ao formato digital, ele comemora o maior alcance das aulas.
“Minhas turmas tinham entre 35 e 40 alunos. Nem 10% participavam porque não tinham como acessar a internet ou não possuíam equipamentos. Com as aulas pela TV chegamos a mais estudantes que inclusive podem ser de outras cidades ou redes. Isso rompe com a negação do direito à educação, principalmente num momento tão difícil como estamos vivendo na pandemia”, observa Henrique.
ALTERNATIVAS
Para a professora Ana Paula Paz, 38 anos, não foi só o desafio de adaptar suas aulas para o ensino remoto. Havia também a barreira da conectividade: seus alunos moram numa área rural, no Engenho Ribingudo, distante oito quilômetros da cidade de Joaquim Nabuco, na Zona da Mata pernambucana. Devido ao pouco acesso ao sinal de internet e a equipamentos dos estudantes, ela adotou um modelo de ensino seguido por 98% das escolas públicas do Brasil, ano passado, de acordo com o Ministério da Educação: o envio de material impresso para os estudantes e a explicação das aulas por meio do WhastApp.
“O professor se reinventou nessa pandemia. Ninguém sabia como dar aulas online. Assisti a vídeos no Youtube, estudei. Foi muito choro, muita tristeza e sentimento de impotência. Mas também uma nova descoberta a cada dia”, comenta Ana Paula a respeito do início do ensino remoto, em março do ano passado. Ela imprima as atividades e entregava aos alunos aos sábados. Fazia questão de levar as tarefas. Ia de carro com o marido pois tinha medo, durante a semana, de pegar transporte público e assim adoecer. Sem puder abraçar os alunos, apenas tirava uma foto e matava a saudade deles à distância.
Para motivar os estudantes - ela leciona numa turma multisseriada, com crianças da pré-escola ao 5º ano do ensino fundamental, na Escola Municipal Amaro de Oliveira Filho - Ana Paula buscava atividades diferenciadas. Também levava brindes nas datas comemorativas. “Se caísse na mesmice eles poderiam desistir. Por isso sempre propus tarefas coloridas, diferentes, para que se sentissem motivados a fazer”, conta Ana Paula.
LIÇÕES
Uma das lições que a pandemia está deixando, diz a professora, é a valorização do magistério por parte das famílias. “O professor é crucial para o desenvolvimento do País. Com as crianças em casa, os pais reconheceram mais nosso papel, o nosso esforço em dar uma aula”, comenta Ana Paula. “O envolvimento das famílias foi fundamental. Sem elas eu não teria tido tanto êxito. Mesmo em situações financeiras difíceis, muitas separavam o dinheiro para colocar crédito no celular e assim garantir que os filhos pudessem ver os vídeos que eu mandava”, explica a professora.
“Com o ensino remoto descobri que a tecnologia pode facilitar o aprendizado. Uma música, um vídeo enriquecem a aula. Pretendo continuar usando mesmo depois da pandemia”, comenta Ana Paula sobre o legado desse período. “A pandemia também nos ensinou que o que fica para meu aluno é como posso contribuir para a vida dele, o quanto eles dependem da gente como professor. Não é apenas aprender a ler ou aprender matemática. É um contexto mais amplo, educação é crucial. É o cidadão que estou ajudando a formar, que estou dando um direcionamento para que ele alcance seus objetivos. É muito mais que alfabetizar. Educação é uma missão”,
completa. done_all
O maior aprendizado, para o sistema educacional como um todo, e para os professores em particular, foi que a gente consegue aprender coisas muito diferentes rapidamente. Se pensássemos em um desenho onde iríamos nos preparar para fazer o que os sistemas de educação, público e privado, fizeram durante a pandemia, era um processo talvez que durasse 10, 15, 20 anos. E levou alguns meses”
Silvio Meira
Pesquisador e professor
emérito do Centro de
Informática da Universidade
Federal de Pernambuco
(UFPE)
Uma das principais características do professor é aprender, é estudar. Então a gente teve que fazer isso muito rapidamente. Estudei sobre ensino híbrido, pesquisei recursos que tinha à minha disposição para poder dar a melhor aula que eu conseguisse para o meu aluno. É isso que o professor pretende fazer sempre”
Débora
Meneghetti
Professora de
matemática
Com as aulas pela TV chegamos a mais estudantes que inclusive podem ser de outras cidades ou redes. Isso rompe com a negação do direito à educação, principalmente num momento tão difícil como estamos vivendo na pandemia”
Henrique
Nelson
Professor
de história
O professor se reinventou nessa pandemia. Ninguém sabia como dar aulas online. Foi muito choro, muita tristeza e sentimento de impotência. Mas também uma nova descoberta a cada dia”
Ana Paula Paz
Professora
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